Palestrante

BENJAMIM MUTEMA MACUÁCUA

Benjamim Mutema Macuácua é licenciado em Sociologia e em Serviço Social para o Desenvolvimento. Possui também uma pós-graduação em Antropologia Médica e Saúde Pública e outra em Terapia Familiar e Comunitária. Participou em cursos de formação em teatro e em língua de sinais moçambicana. Profissionalmente, acumula largos anos de experiência em programas de desenvolvimento na área de saúde pública, atuando em comunicação e marketing social, formação, pesquisa, monitoria e avaliação da qualidade de programas em diversas organizações não governamentais a nível nacional. Movido por causas sociais em benefício de grupos vulneráveis, trabalha atualmente em programas de apoio a crianças com deficiência e necessidades educativas especiais. Paralelamente, é ator e dramaturgo, com uma trajetória contínua em produções de artes performativas desde a adolescência. Recentemente, tem expandido a sua atuação para o cinema, escrevendo roteiros e dirigindo atores em produções audiovisuais. É criador do canal do YouTube denominado Cultura & Saúde, um espaço de reflexão sobre a cultura moçambicana e o seu impacto na saúde. Benjamim Mutema Macuácua também é Nyanga (Terapeuta Tradicional) desde 2013, prática através da qual atua não só como terapeuta, mas como um ativista pela valorização do conhecimento endógeno e a espiritualidade africana. Nesta área, dedica-se à gestão terapêutica de diversas patologias, com especial enfoque na análise social e na saúde mental dos pacientes, suas famílias e comunidades.

Natureza e direito II - Ecologia e Territórios

O encontro visa promover um diálogo interdisciplinar entre acadêmicos, ativistas, povos indígenas, comunidades tradicionais da Bahia e de Moçambique e demais interessados, abordando as complexidades das relações entre agências (humanas e não-humanas), natureza e direito. Terá como foco questões de justiça socioambiental, conflitos territoriais, preservação da sociobiodiversidade e de saberes. Além disso, pretende discutir criticamente a construção histórica dos direitos de propriedade, considerando as estruturas coloniais e neocoloniais e as formas pelas quais a tradição jurídica ocidental continua a moldar as disputas por terra e território na atualidade.


Essa mesa em específico debate agências e resistências humanas e não-humanas. A agência não-humana refere-se à capacidade da natureza para além do ser humano, tais como elementos, animais, ecossistemas, vírus e outros seres vivos de afetar a história e os processos sociais. A abordagem crítica do colonialismo reconhece que esses elementos foram mais do que apenas um pano de fundo, agindo como forças ativas que moldaram o resultado do encontro colonial.