Ementa/Descrição: |
A área de estudos em questão reflete um movimento intelectual sem precedentes, que rompeu com uma abordagem estritamente biológica dos fenômenos, processos e estruturas de saúde e doença, ou de vida e morte, e passou a considerá-los sob pontos de vista mais complexos. Este movimento inovador permite -- diríamos mais, exige -- que contemplemos a riqueza e diversidade do próprio campo. Procuraremos explorar três subtemas: O primeiro tema poderia ser intitulado "Saúde, Ideologia e Utopia". Será uma análise, apoiada em parte em texto seminal do sociólogo e filósofo alemão Karl Mannheim, e o texto recente do sociólogo francês Lucien Sfez, sobre os mitos da "saúde perfeita"; O segundo tema projeta luz sobre o sofrimento como uma face trágica, constitutiva do saber biomédico e das tecnologias por ele gerada; O terceiro tema aborda o que chamaríamos de a Saúde Possível, uma alternativa ao niilismo terapêutico e institucional e uma crítica à visão, que dele decorre e que define o cuidar, seja ele higienista, médico ou o cuidar da enfermagem, como estratégias de assalto aos corpos e individualidades. |
Referências: |
Parte I: Saúde, Ideologia e Utopia
· Karl Mannheim, Ideologia e Utopia. (publicado originalmente em alemão, em 1929, com diversas traduções em português e espanhol). Edição brasileira da Zahar, de 1976. Ver capítulos I (Abordagem Preliminar do Problema, escrita por Mannheim especialmente para a edição inglesa) e II, Ideologia e Utopia).
· Lucien Sfez, La Santé Parfaite: Critique d'une nouvelle utopie. Ed. du Seuil, 1995. (Existe tradução em português). Ver Primeira Parte, A Marcha em direção à Utopia
Parte II. A Face Trágica da Biomedicina
· A. Kleinman, V. Das e M. Lock, eds. Social Suffering. Delhi: Oxford University Press, 1998. (Ver capítulo de Margaret Lock, Displacing Suffering: the Reconstruction of Death in North America and Japan.
Parte III. A Saúde Possível
· George Rosen, Da Polícia Médica à Medicina Social: Ensaios sobre a História da Assistência Médica (tradução do original em inglês por Angela Loureiro), Rio, Graal, 1980. (Ver capítulos IV, O que é a Medicina Social?, XIII, O hospital sociologia histórica de uma instituição comunitária e XIV, O primeiro movimento do centro comunitário de saúde: ascenção e queda.
· Marília Coutinho e Gláucio A. D. Soares, Homens: A Maioria Desorganizada, em DADOS: Revista de Ciências Sociais, IUPERJ, Vol 43 (2), 2000: 311-344. |