“REFLEXOES ENTRE AS RAÍZES DO MANGUE E O MOVIMENTO DOS MARÉS: O CONHECIMENTO TRADICIONAL COMO PATRIMÔNIO IMATERIAL DA RESERVA EXTRATIVISTA DO CASSURUBÁ- CARAVELAS/BAHIA/BRASIL”.
Manguezal; comunidade tradicional; cultura popular e saber local.
O conteúdo discursivo desse trabalho, enquanto pesquisa participante, volta- se para uma visão não hegemônica e não cartesiana na postulação de conhecimentos. Seu significado é a crítica à ciência moderna, que em seus desdobramentos, não apenas invisibiliza, mas também inviabiliza a afirmação das consciências individuais e coletivas que formam outros processos de ensinar e aprender, projetando, por conseguinte, sobre culturas e povos tradicionais a ideia de um conhecimento anacrônico, estático e por vezes obsoleto. Tratando-se, portanto, de um olhar sobre a possibilidade de uma prática pedagógica milenar tradicional que transmite conhecimento por meio da oralidade e do saber-fazer local. Busca-se uma episteme particular no devir - “Afroindígena”, costumes pesqueiros e organizações sociais herdados dos nativos brasileiros e expressões culturais herdadas das tradições africanas, e nesse sentido fortalecer a garantia de proteção Constitucional Brasileira dos Conhecimentos Tradicionais do Decreto nº 6040, de 7 de fevereiro de 2007. A presente pesquisa busca compreender quais as possíveis contribuições socioculturais do ecossistema manguezal no processo de construção dos saberes tradicionais pesqueiros da comunidade ribeirinha Tapera e Miringaba na Reserva Extrativista do Cassurubá/Caravelas/Bahia/Brasil. Para tanto, foram selecionados relatórios do plano de manejo como fonte de informações com a RESEX, o Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste – CEPENE, a Colônia de Pescadores Z-25 e associações de moradores e marisqueiros. Os parceiros dessa pesquisa estão divididos entre dois grupos, sendo eles: Grupo (α): Pescadores e Marisqueiros acima de 45 anos. Grupo (β): Artistas e Lideranças Populares. Para ambos os grupos foram realizadas entrevistassemiestruturadas em roda de conversa e uma imersão de dois dias e uma noite com destaque para reconhecimento socioambiental do território ribeirinho, além do acompanhamento das brincadeiras Nagô e Tupinambás, festejo de Yemanjá e desfile de carnaval entre 2019 e 2022.