PROCESSOS DE LETRAMENTO RACIAL CRÍTICO E PRÁTICAS DE ENSINO DE PROFESSORAS DE LÍNGUA PORTUGUESA NA REDE EDUCACIONAL DE ITABUNA-BA
Professoras Negras; Letramento racial crítico; Práticas pedagógicas.
A presente pesquisa objetivou compreender os processos de letramento racial crítico e as práticas de ensino das relações étnico-raciais de três professoras negras no componente de Língua Portuguesa e de uma professora-formadora da Rede Educacional de Itabuna-BA. Para alcançarmos o objetivo traçado, inicialmente, tratamos dos instrumentos jurídicos que embasam a política educacional do município, a exemplo do Referencial Curricular Municipal Pelo Direito de Aprender (2017), da Proposta Político-Pedagógica (2020) e suas interfaces com as Diretrizes Nacionais Curriculares para o ensino das relações étnico-raciais. Ademais, investigamos qual política de formação continuada é ofertada pela Rede Municipal aos professores do componente Língua Portuguesa para o ensino das relações étnico-raciais. Verificamos também como essas docentes do Ensino fundamental II incluem a Lei nº 10.639/03 em seus planos, práticas pedagógicas e como se dá a utilização de recursos didáticos disponibilizados nas unidades de ensino onde atuam. Essas análises, observações, entrevistas subsidiaram a confecção do E-book, Aprender para transforma, produto final do mestrado. Em diálogo com Rojo (2012), Rajagopalan (1998), Ferreira (2015), Gomes (2017, 2022), Saviani (2009, 2013), Schucman (2012, 2022), Nascimento (2019) defendemos que o ensino de Língua Portuguesa tem papel crucial na formação dos sujeitos em seu processo de letramento racial crítico. Optamos pelo estudo de caso, tendo em vista que buscamos o aprofundamento sobre uma realidade específica: conhecer a trajetória formativa, os processos de letramento racial crítico e as práticas dessas professoras negras do componente de Língua Portuguesa e seu fazer pedagógico para o ensino das relações étnico-raciais, os quais nos possibilitou reflexões sobre os desafios e possibilidades que as educadoras, principalmente negras, encontram para construírem embasamento teórico-metodológico capazes de subsidiar uma educação antirracista.