POLÍTICA CURRICULAR, EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: para além das prescrições
Política curricular; Ciclo de políticas; Ensino fundamental; Relações Étnico-Raciais.
Esta pesquisa apoia-se na necessidade de analisar a trajetória da política curricular para educação das relações étnico-raciais para que, partindo desses movimentos, possa contribuir para o alargamento da compreensão acerca de sua produtividade nos cotidianos escolares. Partindo desta proposição, a pesquisa toma como lugar de análise uma escola pública municipal situada na Vila Parracho, comunidade periférica do município de Porto Seguro (Bahia), que atende aos anos iniciais do ensino fundamental – 1º, 2º e 3º anos – cujo público é majoritariamente negro, onde dos 357 alunos/as matriculados/as, 238 são declarados pelos responsáveis como pretos ou pardos. O estudo questiona qual o impacto do conjunto normativo voltado para a educação das relações étnico-raciais nesta realidade e utiliza a Abordagem do Ciclo de Políticas (BALL et al., 1992) como principal ferramenta teórico-metodológica para responder questões como: quais as limitações que uma escola que atende os anos iniciais do ensino fundamental encontra ao desenvolver um trabalho de combate ao racismo? Qual a contribuição da política curricular para a educação das relações étnico-raciais para mudanças na prática cotidiana da escola assim como para desconstrução de narrativas equivocadas, para além do prescritivo? Como a política curricular voltada para a educação das relações étnico-raciais está sendo interpretada e traduzida no contexto escolar?