LETRAMENTO RACIAL NA ESCOLA: FORMAÇÃO DOCENTE E O APRENDER EM PERSPECTIVA ANTIRRACISTA NO COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR ANÍSIO TEIXEIRA
PALAVRAS-CHAVE: Currículo. Educação antirracista. Formação docente. Letramento Racial Crítico. Racismo.
RESUMO: Este estudo se concentra nas relações étnico-raciais no ambiente escolar do Colégio da Polícia Militar Anísio Teixeira – CPMAT em Teixeira de Freitas (BA), com destaque à necessidade da identificação do racismo que, muitas vezes, se manifesta de maneira sutil, tornando-se parte naturalizada da rotina escolar. Diante disso, a pesquisa objetiva centralmente investigar as estratégias de planejamento e práticas pedagógicas voltadas à perspectiva antirracista na Educação e na rotina escola como um todo. Como parte das justificativas, reconhece-se que o ensino das relações étnico-raciais não deve ser apenas uma disciplina obrigatória, mas sim uma ferramenta crucial na luta contra o racismo e construção da cidadania e na busca por direitos. Por isso, esta pesquisa foca a formação docente especialmente nos letramentos raciais críticos, considerando as questões curriculares e para garantia de uma abordagem inclusiva e antirracista na escola. Para tanto, o estudo insere-se no campo dos letramentos raciais críticos (Ferreira, 2015; 2016; 2018; 2020), bem com nas relações entre currículo e História afro-brasileira (Jorge, 2018; MEC, 2015; Oliveira, 2020; Schwarcz, 2012) e na perspectiva antirracista da educação (Ferreira, 2015; Oliveira, 2020) para a discussão sobre formação docente, tendo em vista a necessidade de revisão de perspectivas para descentralizar o currículo eurocêntrico e incorporar uma abordagem mais diversificada e inclusiva. Destaca-se a importância da formação continuada aos educadores para promover debates sobre identidades raciais e para integrar os letramentos raciais no planejamento pedagógico cotidiano. Além disso, são exploradas lacunas na literatura científica sobre a formação docente e as questões étnico-raciais, apontando para a necessidade de expandir os estudos nessa área. Metodologicamente, a pesquisa é de cunho qualitativo, pautando-se na perspectiva narrativa e formativa da abordagem e análise dos dados (Clandinin; Conelly, 2015). Para tanto, toma-se as narrativas autobiográficas de docentes e promoção de ações de letramentos raciais críticos (Ferreira, 2016; 2017; 2018) como estratégias de coleta e análise. Para os processos formativos, assume-se que o letramento racial crítico busca capacitar os indivíduos a compreender, analisar e interpretar criticamente questões relacionadas à raça, etnia e diversidade cultural. Como resultados, em geral, a investigação almeja: a) a contribuição para preencher lacunas, por meio de ações formativas mais inclusivas e antirracistas na Educação Básica, através do letramento racial crítico e do fortalecimento da representatividade e valorização das culturas afro-brasileira e indígena no currículo escolar. b) a promoção da consciência racial, identifica estereótipos, preconceitos e injustiças raciais, e valoriza a diversidade, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e justa; c) a criação de um produto final do mestrado delineado como capacitação voltada à educação antirracista, a ser implementado nas Atividades Complementares (AC) dos professores do CPMAT como parte da carga horária de planejamento semanal. Com isso, pensa-se no papel da coordenação pedagógica como multiplicadora dos processos de formação no local. Espera-se que o curso proporcione a implementação de ações de letramento racial no espaço de planejamento escolar, reflexões e discussões sobre as relações étnico-raciais, a descrição e análise de planos de curso e comunicações para construção dos roteiros do curso de formação em letramentos raciais.