Este estudo apresenta uma análise dissertativa cujo objetivo é investigar possíveis abordagens da Educação Financeira numa perspectiva antirracista, com ênfase na População Negra, em articulação com o Programa Etnomatemática. Busca-se compreender como tais práticas têm sido discutidas em pesquisas, identificar lacunas e refletir sobre a formação e o perfil do professor de Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental. A investigação, de caráter qualitativo e natureza teórico-reflexiva, estruturou-se em memorial, introdução, três capítulos, metodologia, discussão de resultados e considerações finais. O memorial resgata o percurso formativo e as experiências do autor que dialogam com os fundamentos teóricos e metodológicos da pesquisa. A introdução destaca a relevância da temática e a necessidadedequalificaraformaçãodocenteparaintegraraEducaçãoFinanceiraà Etnomatemática, promovendo o desenvolvimento de competências cognitivas, afetivas e psicomotoras capazes de favorecer aprendizagens significativas dentro e fora da sala de aula e fortalecer a identidade étnico-racial na cultura brasileira. Nos capítulos centrais, são analisadas teses e artigos disponíveis em bases comoGoogleAcadêmicoeSciELO,evidenciandoque,emboraexistampesquisasque

tratem da Educação Financeira e da Etnomatemática, raramente esses campos são articulados de forma explícita em prol da cidadania. Constatou-se a ausência de propostas pedagógicas que utilizem situações-problema contextualizadas, capazes de relacionar conteúdos matemáticos a práticas financeiras vinculadas à realidade étnico-racial de grupos historicamente subalternizados, sobretudo a População Negra. A pesquisa contou com a participação de professores de Matemática, diretor e coordenador da área de Exatas de uma escola pública de Itabuna, sendo fundamentada em autores como D’Ambrósio (2018), Rosa (2016), Dias (2024), Freire (2011) e Moitinho (2021), que discutem Etnomatemática, educaçãoantirracista e formação docente. Os resultados revelaram que, embora os profissionais conheçam a Educação Financeira, não a aplicam em suas práticas pedagógicas nem estabelecem conexões com a Etnomatemática, em razão do desconhecimento, o que reforça a necessidade de formação específica. Conclui-se que a articulação entre Educação Financeira, Etnomatemática e perspectiva antirracista pode fortalecer o ensino de Matemática, valorizar saberes afrodescendentes e ampliar a função da escola como espaço de formação crítica e inclusiva. Como produto, elaborou-se um Manual de Boas Práticas Educativas Financeiras numa Perspectiva Antirracista, destinado à requalificação do planejamento docente e à criação de novas possibilidades de ensino-aprendizagem que reconheçam a diversidade, valorizem saberes multiculturais e promovam práticas pedagógicas mais justas, inclusivas e transformadoras.