Banca de QUALIFICAÇÃO: PRICILA CESAR FIGUEIRÊDO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PRICILA CESAR FIGUEIRÊDO
DATA : 23/12/2024
HORA: 14:30
LOCAL: Metapresencial
TÍTULO:

Histórias não contadas: o uso de biografias das mulheres afro-atlânticas no ensino de história antirracista

PALAVRAS-CHAVES:

Mulheres afro-atlânticas; Biografias; Ensino de História; Museu Digital.

PÁGINAS: 95
RESUMO:

Na atualidade muitos estudos exploram a experiência afro-atlântica na diáspora. No entanto, uma abordagem focada nas histórias de mulheres que viveram nos séculos XVIII e XIX, ainda são silenciadas pela historiografia tradicional, dominada por perspectivas patriarcais e eurocêntricas, assim, ainda é pouco explorada no ensino de história. Esta pesquisa visa utilizar as biografias de mulheres afro-atlânticas como uma ferramenta pedagógica para dar visibilidade e reconhecimento às suas histórias e contribuições, com o objetivo de promover um ensino de história antirracista. A pesquisa segue uma abordagem qualitativa e está situada no campo metodológico da pesquisa-ação. Foi realizada uma análise das narrativas frequentemente presentes no ensino de história, identificando lacunas nas práticas pedagógicas que precisam ser aprimoradas para promover um ensino antirracista. A pesquisa incluiu uma cartografia do ambiente educacional em que foi desenvolvida, seguida pela aplicação de um questionário sobre o conhecimento prévio dos estudantes do 7º e 8º ano do ensino fundamental acerca do objeto de estudo. A análise das respostas permitiu a escolha das biografias de mulheres como Nzinga Mbandi, Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, Francisca da Silva de Oliveira, Ana Teixeira Guimarães, Esperança Garcia, Na Agontimé, Maria Firmina dos Reis, Emília Soares do Patrocínio, Sojourner Truth e Rosarida Maria do Sacramento. Foi identificada uma tendência de homogeneização e uma limitação da experiência afro-atlântica, com ênfase em dor, violência, sofrimento e tristeza, especialmente quando se referem à África, à escravidão e às mulheres negras, sejam como escravizadas ou libertas. Essa visão restrita revela lacunas significativas no ensino de história sobre a experiência afro-atlântica, refletindo a marginalização histórica dessas narrativas e contribuindo para uma compreensão limitada da complexidade e diversidade da experiência negra, especialmente das mulheres. Esta pesquisa busca oferecer uma nova perspectiva para o ensino de história no ensino fundamental, com foco no 8º ano, destacando o protagonismo das mulheres afro-atlânticas, contribuindo para a diminuição das narrativas hegemônicas que omitem suas existências e ações históricas. Para isso, foi desenvolvido um museu digital, intitulado "Museu Ruki", direcionado aos estudantes do 8º ano do ensino fundamental, que ainda necessita de ajustes. O "Museu Ruki" visa proporcionar uma experiência de aprendizagem, permitindo que os estudantes se conectem com as biografias de mulheres afro- atlânticas e entendam suas contribuições para a sociedade de forma mais humanizada. Os dados da testagem do produto educacional com os/as estudantes serão analisados e apresentados no capítulo 3 desta dissertação. Após a testagem inicial, a pesquisa prevê ajustes no museu digital, com o objetivo de expandir sua aplicação para diferentes públicos, ampliando seu impacto no ensino de história antirracista. A pesquisa se fundamenta na abordagem teórico- metodológica da interseccionalidade, no feminismo negro, na história social e nos estudos decoloniais, dialogando com as contribuições de autoras que analisam a história afro-atlântica e a escravidão, com o objetivo de visibilizar as narrativas das mulheres negras.

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CRISTIANE BATISTA DA SILVA SANTOS - UESC-BA
Externa à Instituição - IRANEIDE SOARES DA SILVA - UESPI
Presidente - ***.833.565-** - JOCENEIDE CUNHA DOS SANTOS - UNEB
Interna - 1348447 - LIDYANE MARIA FERREIRA DE SOUZA