Banca de QUALIFICAÇÃO: NIVIANE OLIVEIRA DE SOUZA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NIVIANE OLIVEIRA DE SOUZA
DATA : 06/06/2025
HORA: 09:30
LOCAL: https://meet.google.com/cby-wkso-smb
TÍTULO:

Educação e História da Capoeira Angola: memórias cantadas em tons de resistência.


PALAVRAS-CHAVES:

Oralidade; Ancestralidade; Identidade; Educação antirracista.


PÁGINAS: 120
RESUMO:

As cantigas constituem a musicalidade da capoeira que consiste em uma das características mais próprias dessa arte/luta. Por meio delas, a população negra imprime a sua identidade e reconstitui em brados fortes e harmônicos a sua história como protagonistas de resistência e luta antirracista em busca da liberdade, dignidade, oportunidade e cidadania plena. Por meio da cantiga, a capoeira tensiona relações de poder, descortina a falsa ideologia de democracia racial, fazendo lembrar a dura realidade da escravidão, não em tom de lamento, mas como expressão da força da população negra que soube driblar as mazelas da estrutura social brasileira e se mantém firmando as suas raízes ancestrais no princípio do aquilombar-se aqui compreendido na experiência vivida nos territórios de Capoeira Angola. A presente dissertação propõe refletir sobre as potencialidades pedagógicas da história da Capoeira Angola, especialmente suas cantigas como estratégia para a construção de um currículo decolonial e como força mobilizadora de valores que se instituem e possibilitam melhor compreensão sobre as relações étnico-raciais e raízes culturais brasileiras, visto que o enredo argumentativo presente nas cantigas é impregnado por temáticas que encontram barreiras para se estabelecer de modo contínuo nas escolas e universidades. A pesquisa propõe caminho do encontro, da confluência entre o saber da cultura popular e do ensino formal no intuito de desestabilizar o currículo eurocentrado vigente, propondo a valorização dos saberes e epistemologias afrodiaspóricas como formas legítimas de conhecimento histórico, reconstrução de narrativas silenciadas e a visibilidade dos sujeitos históricos relegados ao espaço do não dito, promovendo, assim, o fortalecimento do pertencimento étnico-racial dos discentes. O trabalho fundamenta-se na Lei n. 10.639/2003, que institui o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, e na Portaria nº 1381/2024, que institucionaliza o projeto “Capoeira das Escolas” no Estado da Bahia. Tais normativas são compreendidas como conquistas do movimento negro brasileiro e as teias construídas pela comunidade angoleira na luta pela preservação cultural e ancestral, marcos legais que impulsionam a construção de uma educação antirracista. A pesquisa defende que a capoeira, especialmente a Angola, e suas expressões musicais — como ladainhas, corridos e chulas — constituem-se como práticas culturais portadoras de memória, ancestralidade e resistência, oferecendo caminhos para a formação identitária de estudantes negros e a desconstrução de estigmas históricos. A pesquisa possui como fundamentação central as memórias do Dr. Cinésio Feliciano Peçanha, o Mestre Cobra Mansa, um mestre reconhecido não só no Território de Identidades do Baixo Sul da Bahia, como no Brasil e no mundo. A metodologia adotada combina pesquisa bibliográfica, entrevista com base em história oral, análise de cantigas de capoeira e construção de um produto educacional: uma cartilha didática aplicada e analisada por professores da escola pública da rede estadual da Bahia. A experiência empírica foi orientada por pressupostos da pedagogia decolonial e das teorias críticas do currículo, visando à promoção de práticas escolares que reconheçam os saberes populares e a diversidade étnico-racial como fundamentos para a produção do conhecimento.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JOSIVALDO PIRES DE OLIVEIRA
Interna - 1149021 - ANA CRISTINA SANTOS PEIXOTO
Interno - 1148004 - FRANCISCO ANTONIO NUNES NETO
Presidente - 1032375 - FRANCISMARY ALVES DA SILVA
Externo à Instituição - PAULO ANDRADE MESQUITA MAGALHAES
Notícia cadastrada em: 12/05/2025 10:11
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