Potencial tóxico e indicações etnobotânicas do óleo essencial de Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand
Saber tradicional, bioprospecção, citotoxicidade, genotoxidade, mutagenicidade.
O óleo essencial de Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand é bem conhecido e indicado em estudos etnobotânicos para várias enfermidades e com diversas formas de manipulação, sem ser levado em consideração a toxidade do mesmo. A realização de ensaios de avaliação toxicológica é de suma importância para atestar se os compostos químicos presentes na espécie em estudo não exercem atividades tóxicas que inviabilizem seu uso para fins terapêuticos. Assim, a presente pesquisa tem como principal objetivo avaliar a atividade citotóxica de P. heptaphyllum in vitro, utilizando raízes de Allium cepa e células de mamíferos, e levantar as informações etnobotânicas de uso do óleo essencial. Para testar o potencial citotóxico, genotóxico e mutagênico foi utilizado óleo essencial P. heptaphyllum em diferentes concentrações frente o sistema de bioensaio A. cepa, e o método do MTT para avaliar a viabilidade celular em células de mamíferos HEPG2 e BGM. Para levantamento etnobotânico foi realizado uma revisão sistemática e onsiderados artigos publicados entre o ano de 2013 e 2023. A revisão sistemática possibilitou verificar que há poucas pesquisas sobre as indicações de uso do óleo essencial e da resina de P. heptaphyllum, e que se concentram na região da Amazônia, especialmente. A principal forma de uso da espécie é a inalação e defumação da resina, indicada principalmente para tratar problemas respiratórios e dores de cabeça. Não houve relatos etnobotânicos sobre toxicidade do óleo. Entretanto, após a exposição de A. cepa por 120 h às diferentes concentrações do óleo essencial de P. heptaphyllum, foi possível observar que o tamanho das raízes apresentou diferenças significativas entre alguns dos tratamentos, indicando toxidade do óleo. As concentrações de 1000, 250, 100 e 50 µg/mL diferiram significativamente do controle negativo; e a análise do índice de mutagenicidade apontou que houve diferença significativa entre a concentração de 1000 µg/mL e as demais concentrações, indicando que o óleo essencial apresentou algum potencial mutagênico. The oil also inhibited the growth of BGM and HEP cells at concentrations of 1000 and 500 ppm, presenting toxicity. A CI 50 foi de 369,6 e 375 ppm para as células BGM e HEP, respectivamente.