Percepção de risco em desastres socio-hidrológicos: da pesquisa de campo a revisão de escopo
percepção de risco; riscos ambientais; inundações; risco natural; desastre hidrológico.
As mudanças climáticas têm sido foco constante na agenda dos gestores públicos, devido ao potencial catastrófico gerado pelos eventos climáticos extremos, tendo as enchentes como foco desse trabalho. Aproximadamente 1 bilhão de pessoas vivem em áreas propensas a inundações ao redor do mundo. Os desastres sociohidrológicos estão entre os mais devastadores e são responsáveis por significativos danos econômicos e perdas irreparáveis de vidas humanas. A percepção de risco decorrentes desses desastres é um tema de grande relevância para a sociedade, visto que está diretamente ligado à capacidade de compreender as medidas de prevenção e resposta. Para uma melhor compreensão deste fenômeno, esse trabalho foi dividido em 2 partes, onde o primeiro trata-se de uma pesquisa de campo nos municípios de Ilhéus, Itabuna, Itamaraju, Teixeira de Freitas e Ubaitaba, onde foram entrevistados 250 indivíduos, de porta a porta, através de questionário pré-estruturado utilizando escala Likert. Os resultados indicaram que apesar da população amostrada perceber o risco, o sentimento de apego ao local, mesmo depois de terem vivenciado repetidos episódios de desastres hidrológicos, e a falta de campanhas educativas de prevenção a esses riscos, parecem comprometer a adoção de comportamentos preventivos. A segunda parte trata-se de uma revisão de escopo com objetivo de identificar na literatura cadêmica, quais são os principais fatores que afetam a percepção de risco em desastres socio-hidrológicos. Para a busca dos estudos foram utulizadas 4 bases de dados e uma blibioteca virtual. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, foram revisados 32 estudos. Os resultados apontam para quatro principais fatores: perfis socioeconômicos e demográficos da população afetada, comportamento preventivo; experiência direta; e informação. Conclui-se que indivíduos percebem e respodem de forma diferentes ao risco. Considerar as tendências de comportamento das populações afetadas é sumariamente necessário ao enfrentameno dos desastres socio-hidrológicos.