Influência do uso e ocupação do solo na disponibilidade hídrica do rio Buranhém.
Sensoriamento remoto, hidrologia, vazões, precipitação.
Os usos e ocupações do solo estão direta ou indiretamente relacionados aos principais impactos que causam degradação ambiental, merecendo atenção especial aos impactos nas bacias hidrográficas. Estudos apontam que as modificações no regime de vazões podem ser decorrentes, entre outros fatores, antrópicos ou não, de mudanças do tipo de uso do solo. Este trabalho buscou verificar a influência da alteração do uso e ocupação do solo na disponibilidade hídrica da bacia do rio Buranhém através da associação entre variáveis por meio de análise qualitativa, através da análise de imagens e gráficos, e quantitativa, através de estatística descritiva e aplicação do método de correlação simples. Para delimitar a área de estudo foi confeccionado um Modelo Digital de Elevação Hidrologicamente Consistente (MDEHC) usando as imagens raster da base SRTM. As informações pluviométricas e fluviométricas foram obtidas de séries de dados das estações pluviométricas e fluviométricas da área, importadas no sítio eletrônico da Agência Nacional de Águas (ANA), e usadas para determinar as séries de vazões anuais médias, mínimas e máximas e de permanência para o ponto de monitoramento e séries de precipitação total anual. Os dados de uso e ocupação do solo para o período de 1990 a 2007 foram disponibilizados pelo Fórum Florestal do Extremo Sul da Bahia, enquanto o de 1973 foi gerado através da classificação supervisionada de uma imagem do satélite Landsat 1 MMS, e os demais mapas utilizando imagens Landsat 5 TM. Os resultados preliminares demonstram que o rio é pouco regularizado, com forte influência da precipitação anual, que por sua vez apresenta variabilidade relacionada a eventos climáticos El Ninõ e La Niña. Entre 1973 e 1991 a perda de vegetação nativa, especialmente vegetação aluvial foi bastante expressiva, sendo substituída pela pastagem, que é a matriz da paisagem presente desde o primeiro ano do estudo, com alguma expansão do monocultivo de Eucalipto após 2001. A distribuição da precipitação ocorre no sentido leste-oeste, sendo maior próximo ao exutório. O relevo da bacia também foi caracterizado, variando de plano a montanhoso. Estes resultados justificam o avanço da pesquisa, que buscará correlacionar estas variações com o cenário hídrico.