Banca de QUALIFICAÇÃO: MELINA PASSOS SANTANA FERRAZ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MELINA PASSOS SANTANA FERRAZ
DATA : 29/09/2021
HORA: 15:00
LOCAL: meet.google.com/qcs-sknk-nrv
TÍTULO:

Estudo etnobotânico de plantas medicinais no Assentamento Luiz Inácio Lula da Silva, Santa Cruz Cabrália/BA


PALAVRAS-CHAVES:

etnobotânica, plantas medicinais, farmácia viva, fitoterápicos, comunidades rurais.


PÁGINAS: 85
RESUMO:

No Brasil há uma grande biodiversidade, em especial da flora, e um considerável uso de plantas que se destacam no conhecimento popular. O uso de plantas para fins medicinais está relacionado aos hábitos culturais e também à dificuldade de acesso aos medicamentos sintéticos pela população, tornando as plantas medicinais, às vezes, a única opção disponível para o tratamento. O Ministério da Saúde tem introduzido o uso das plantas medicinais nas políticas e programas do Sistema Único de Saúde (SUS), estimulando as práticas tradicionais e complementares. Nesta perspectiva, a pesquisa teve como objetivos apresentar um panorama sobre o uso de plantas medicinais com potencial fitoterápico no Nordeste brasileiro; e, realizar o levantamento das plantas utilizadas por moradores do Assentamento Luiz Inácio Lula da Silva (Lulão) do município de Santa Cruz Cabrália/BA no intuito de entender como e por que essas pessoas selecionam e usam as plantas medicinais no cotidiano e quais as implicações do uso de plantas para a saúde. Para isso, foi realizado levantamentos bibliográficos e utilizados métodos da Etnobotânica. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), e ocorreu em duas etapas. Inicialmente, foi feito um levantamento bibliográfico com foco nos estudos etnobotânicos realizados no Nordeste brasileiro. Na segunda etapa, foram realizadas entrevistas no Assentamento Lulão por meio de ligação, ou vídeo chamada via celular, ou ainda por meio de contato presencial, dependendo da disponibilidade do entrevistado e das condições de isolamento social diante do combate ao COVID-19. As entrevistas foram realizadas utilizando a técnica de amostragem e seleção nomeada “bola-de-neve”. Na entrevista, quando consentido, também foi aplicada a técnica de turnê guiada para coleta de amostras das plantas, ou foi solicitado que o entrevistado enviasse fotos das plantas para a identificação. As espécies nativas mais citadas no levantamento da literatura e que não possuem autorização para registro como fitoterápico são: Anacardium occidentale (caju), Amburana cearensis (imburana-de-cheiro), Anadenanthera colubrina (angico), Hymenaea courbaril (jatobá), Libidibia ferrea (pau-ferro), Mimosa tenuiflora (jurema-preta) e Ximenia americana (ameixa). Espécies nativas precisam de incentivos para a continuidade de pesquisas que analisem a efetividade da ação terapêutica. As plantas que se destacam por apresentar maior índice de Valor de Uso (VU) pela comunidade do Assentamento são: Pimpinella anisum (erva-doce), Aloe vera (babosa), Achillea millefolium (dipirona), Mentha pulegium (poejo), Plectranthus amboinicus (hortelã-grosso), Schinus terebinthifolia (aroeira), Amburana cearensis (imburana), Eugenia uniflora (Pitanga), Bidens pilosa (carrapicho-de-agulha), Ocimum gratissimum (Tioiô), Persea americana (abacateiro), Cajanus cajan (andu), Senna alexandrina (sena), e Cymbopogon citratus (Capim santo). Essas espécies são utilizadas para tratar diversas patologias. O VU destacou plantas predominantemente de hábito herbáceo e famílias botânicas geralmente cultivadas próximo ou no quintal das residências. Além disso, as entrevistas apontam para uma valorização de espécies de cultivo mais abundante, com predomínio de exóticas e naturalizadas (~65%). Até o momento, os resultados parecem indicar que as pessoas selecionam as plantas para uso com base em várias características simultâneas conforme proposto na Hipótese do Valor de Uso. O maior uso das espécies exóticas/naturalizadas pode apontar para uma erosão do conhecimento local sobre as plantas nativas ou o resultado de proliferação de cursos com plantas medicinais exóticas. tanto É importante destacar que a flora é também uma importante ferramenta para a promoção da saúde e para a valorização da cultura tradicional. Espera-se que os resultados levantados contribuam com o conhecimento sobre as espécies com potencial fitoterápico no Nordeste brasileiro e para a Farmácia Viva local; subsidie a implantação de políticas públicas voltadas à conservação ambiental e cultural da região, bem como contribua para o uso sustentável do patrimônio natural da Mata Atlântica.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1553832 - JORGE ANTONIO SILVA COSTA
Interno - 1782304 - JAILSON SANTOS DE NOVAIS
Interna - 034.751.739-05 - CAROLINA WEBER KFFURI - UFSB
Externa ao Programa - 1716815 - GISELE LOPES DE OLIVEIRA
Notícia cadastrada em: 25/08/2021 20:19
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