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[OFICINA] Oficina de projetos para Feira de Ciências: promovendo a alfabetização científica através de atividades investigativas de 01/07/2022 a 01/07/2022

Para Chassot (2006), a alfabetização científica leva à leitura da natureza, como se fosse uma linguagem escrita, falada e compreendida, onde, além de conhecer os fenômenos e suas relações, o indivíduo reconhece seus limites e responsabilidades perante o meio onde vive. Logo, torna-se um “cuidador” do mundo usando a ciência e a tecnologia como instrumentos para promover o bem-estar social. Ainda segundo o autor citado, a Ciência é uma das mais extraordinárias criações do homem, que lhe confere, ao mesmo tempo, poderes e satisfação intelectual, até pela estética que suas explicações lhe proporcionam. No entanto, “ela não é lugar de certezas absolutas e [...] nossos conhecimentos científicos são necessariamente parciais e relativos” (CHASSOT 2007, p. 113). A ciência é, portanto, uma construção, realizada por pessoas, que acertam, erram, recomeçam, desejam, choram, enfim, que buscam o conhecimento. 
Um indivíduo alfabetizado cientificamente, além do domínio da leitura e da escrita, tem capacidade de interferir no seu contexto pelo uso consciente do conhecimento adquirido, pois ele faz relação da palavra escrita com a sua leitura de mundo. O conhecimento, nesse sentido, é empoderamento que traz a oportunidade de inclusão social e de transformação da realidade. O jovem deve reconhecer o valor da ciência no cotidiano, num envolvimento não só cognitivo, mas afetivo, bases de uma aprendizagem significativa. 
O trabalho surge da necessidade de estimular a investigação na escola, através da orientação ao desenvolvimento de projetos de pesquisa, visando favorecer a alfabetização científica, a tomada de decisões, o pensamento crítico, a resolução de problemas, e também espírito de cooperação e colaboração, criatividade, comunicação, engajamento, responsabilidade social, contribuindo para a construção de novos saberes vinculados à educação científica. 
Nessa perspectiva, a aproximação da universidade e escola se dá pela construção de parceria para a ação/formação dos estudantes do ensino médio, de formas de organização que promovam a alfabetização científica (ou letramento científico) na escola, visando a construção de projetos para a Feira de ciências. 
Vários estudos se direcionam às contribuições e aos impactos que as feiras de ciências proporcionam à formação dos estudantes e ao processo de ensino-aprendizagem. As feiras ou mostras de ciências iniciaram-se no Brasil em 1960, de acordo com o documento “Programa Nacional de Apoio às Feiras de Ciências da Educação Básica Fenaceb”, elaborado pelo MEC, em 2006 (BRASIL, 2006). Mancuso (1993, apud Oliveira et al., 2016) aponta as vantagens de eventos desse tipo para o aprendizado: i) crescimento pessoal e a ampliação dos conhecimentos; ii) ampliação da capacidade comunicativa; iii) mudanças de hábitos e atitudes; iv) desenvolvimento da criticidade; v) interesse pela Ciência; vi) exercício da criatividade e inovações, e vii) liderança para a tomada de decisões. 
Além disso, as questões ou situações desencadeadoras devem colocar os discentes em atividade, os mobilizar a conhecer e divulgar seu conhecimento. Sendo assim, concebe-se a Feira de Ciências como prática social, constituindo-se numa aprendizagem que vai além do aspecto cognitivo, que desenvolve outras ações mentais, ao permitir que os estudantes elaborem diferentes formas de divulgar a ciência à comunidade escolar e se posicionem de forma crítica frente aos problemas.
A proposta da oficina tem como princípio uma formação para um grupo de estudantes do Complexo Integrado de Educação de Itamaraju (CIEI), onde serão apresentados aportes teóricos e práticos para promover a alfabetização científica através de atividades investigativas, dando suporte aos discentes para a construção dos projetos para a Feira de Ciências. Estes discentes serão os multiplicadores das orientações na escola.