A interseccionalidade como princípio da formulação da Política Pública de Educação de Jovens e Adultos no município de Guaratinga-Bahia.
Interseccionalidade, Política Pública. EJA.
Este trabalho, intitulado “A interseccionalidade como princípio da formulação da Política Pública de Educação de Jovens e Adultos no Município de Guaratinga – Bahia”, tem como objetivo geral analisar a interseccionalidade como princípio da construção da política pública de Educação de Jovens e Adultos no Município de Guaratinga no período de 2015 a 2022. Tem-se como pilar o uso da interseccionalidade como ferramenta analítica da Política Pública de EJA, de modo a trazer à baila categorias e marcadores sociais da diferença imbricados nessa modalidade de ensino e que são invisibilizados na Rede Educacional. Esta pesquisa, ainda em andamento, possui como aporte teórico as investigações de: Kimberlé W. Crenshaw (1989); Patrícia Hill Collins e Sirma Bilge (2021); Beatriz Nascimento e Lélia Gonzales (AZEVEDO, 2021); Sueli Carneiro e Lélia Gonzales (BARTHOLOMEU, 2020); Michael W. Apple (2000); Helena Hirata (2003); Hill Collins (1998); Di Pierro, Joia e Ribeiro (2001); Haddad e Di Pierro (2000); Maria Margarida Machado (2009); Nilma Lino Gomes (1996); Azevedo e Aguiar (2001); Rosemberg (2001); Carvalho (2007); Taylor (1997), dentre outros. Quanto à metodologia, utiliza-se da abordagem qualitativa, tendo como referências Denzin e Lincoln (2000); Selltiz et al. (1987), e outros. Os resultados obtidos no primeiro capítulo mostram que a educação escolar para as pessoas jovens, adultas e idosas foi renegada desde o início da emancipação política do território municipal de Guaratinga. As iniciativas de EJA, por sua vez, deram-se através de projetos ou programas construídos para outras realidades e por instituições de outras localidades. Além disso, essas ações de intervenção foram implementadas sem levar em consideração as especificidades do público. Durante a vigência de algumas dessas politicas, ocorreu o descumprimento das parcerias entre as partes, já que o município se preocupava com negociações econômicas, e não com a formação escolar dos sujeitos. Por conta desse histórico de problemáticas, a política pública de EJA ainda não contempla a diversidade e adversidades dos sujeitos; seu caráter de universalidade implica, portanto, altos índices de analfabetismo.