Curriculo e (re)construção da identidade: Um Diálogo com a comunidade quilombola do Empata Viagem
Currículo; Identidade; Comunidade Quilombola do Empata Viagem;
O presente trabalho versa sobre a necessidade de se ter presente nas escolas quilombolas e nas escolas que recebem alunos oriundos de comunidades quilombolas um currículo que respeite as especificidades históricas, culturais e políticas das comunidades remanescentes quilombolas, à luz daLei 10.639/03 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Assim, escolhemos como par nesta leitura, a Comunidade Quilombola do Empata Viagem, localizada no Município de Maraú, no baixo sul baiano e a escola situada nesta comunidade, a Escola Municipal Tomé Monteiro, fundada no ano de 2017 sob o decreto de N°982/2017 de 30 de Agosto de 2017. Nosso estudo inicia-se a medida que percebemos que mesmo estando localizada em uma comunidade remanescente quilombola a escola, acima mencionada, não possuía um currículo que dialogasse com a sua realidade, e tão pouco era orientado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, fazendo-se necessária uma intervenção que busca-se, entre outras coisas, dialogar com a comunidade escolar acerca da importância e da urgente necessidade de se ter um currículo que representasse à comunidade e que valorizasse os saberes dos ancestrais construtores da nossa cultura afro-brasileira. Logo, pautamos nossa discussão sobre currículo na perspectiva decolonial, na qual entendemos que os saberes constituídos pela hegemonia eurocêntrica devem ser questionados, dando lugar ao conhecimento negro, epistemologicamente negado e inferiorizado por muito tempo. Portanto, vemos também a necessidade de discutirmos sobre os conceitos de identidade, afunilando-o para a identidade negra(e) quilombola. Por fim, buscamos por meio de oficinas e mini-cursos uma (re)construção do currículo da Escola Municipal Tomé Monteiro.