NARRATIVAS DAS REZADEIRAS E BENZEDEIRAS DO BAIRRO JUCA ROSA
Narrativas, Rezadeiras e Benzedeiras, Juca Rosa, Étnico-Racial.
O objetivo desta dissertação é apresentar a territorialidade do bairro Juca Rosa, identificando as atuais práticas socioculturais de produção de saberes como estratégia de resistência aos enfrentamentos do racismo nas escolas municipais da cidade de Eunápolis – Bahia, reforçando o lugar da periferia e das favelas como lugar de produção e resistência das culturas africanas e afro-brasileiras. Para tal é necessário apresentar um estudo sobre narrativas, ancestralidade e uma educação antirracista, pela perspectiva dos estudos decoloniais na educação para as relações étnico-raciais. Nesse sentido, haverá um esforço de identificar os saberes ancestrais presentes no espaço cultural do bairro Juca Rosa; conhecer as histórias de vida das pessoas detentoras dos saberes ancestrais; relacionar saberes ancestrais, religiosidade de matrizes afro e as possibilidades de contribuir com as escolas na luta antirracista; compreender os modos de organização política presentes no bairro Juca Rosa e suas implicações para práticas que resistam a subalternização das comunidades dos bairros periféricos. Busca-se questionar, a história de Eunápolis em perspectiva teórica ampla, contadas pelas mulheres que chegaram em Eunápolis, quando a cidade ainda estava se consolidando, as formas que elas articularam para combater as desigualdades advindas da modernidade para compreender o significado de mulheres que rezam e benzem em Eunápolis. Considerando o Juca Rosa como um dos elementos que corroboram para esta análise. As narrativas das rezadeiras e benzedeiras do bairro Juca Rosa alinha-se a uma frente política de fortalecer os sentimentos de identidade e perecimento da periferia.