A saúde mental e o a-deus às religiões e cultos de matriz africana
Saúde mental. Religiosidade afrodescendente. Racismo. História de vida.
O objetivo do presente estudo é compreender se a interdição às religiões de matriz africana causou impacto à saúde mental dos participantes da pesquisa de campo realizada mediante entrevistas com seis afrodescendentes, usuários de um CAPS (Centro Atenção Psicossocial) na cidade de Caravelas, município do extremo sul baiano. Para compreender como se deu a interdição e o contato dos indivíduos com as religiões, foram realizadas entrevistas semiestruturadas pelas quais foi possível colher material para compreensão das histórias de vida, priorizando o aspecto religioso. A Teoria da Psicologia Analítica, proposta por Carl Gustav Jung, serviu como norteadora para a análise das histórias de vida dos que participaram da presente pesquisa. Trata-se de uma pesquisa participativa, usando por procedimento o estudo de caso através de entrevistas semiestruturadas, cujo método escolhido é o da História de vida e pesquisa bibliográfica através de documentos encontrados em sites, repositórios acadêmicos e revistas online pertinentes ao tema delimitado. Têm-se como resultado da análise das supracitadas entrevistas que os usuários apresentam diferentes graus de sofrimento psíquico demonstrando o ponto em comum ser o fato de terem passado por uma ruptura significativa com religiões de matriz africana e adotado a mudança para as religiões cristãs Como objeto final da pesquisa, além de um documento discursivo, foram produzidos objetos educacionais lúdicos libertadores, inspirados nas histórias de vida dos entrevistados. O objetivo destes objetos é proporcionar a conexão de pessoas – prioritariamente os afrodescendentes - com elementos da cultura africana e gerando elementos de experimentação e conexão identificatórios.