SARARÁ TRANS: produção e recepção cultural da transgeneridade negra
negritude transgênera, ancestralidade, arte-educação, opressão social, produção e recepção cultural.
Esta pesquisa assume um papel baseado em penetrações da negritude transgênera subalternas às vias culturais, a partir das manifestações do sujeito transgênero negro em comunidades periféricas. O percurso de investigação se dá em torno do Sarará Trans, um sarau cultural de protagonismo da negritude trans, realizado em parceria com a Abayomi Casa de Cultura. Neste sentido, busca-se avaliar esta experiência como espaço de encontros preciosos, envolvendo arte e ancestralidade, instaurando a anticolonialidade no campo social. Para além de apoiar processos de autoconhecimento de pessoas transgêneras, pretende-se verificar como este espaço, permite uma vivência epistemológica em relação às afetividades e convívio social. Conceituamos, portanto metodologias específicas de trabalho nas quais a arte e as ações pedagógicas em comunidade possibilitam abordagens significativas no meio periférico proporcionando um espaço acolhedor a fim de discutir meios de enfrentamento à opressão social, como processo libertador. O percurso prático-analítico se dá em função do estabelecimento de parceria da transgeneridade preta com pessoas transgêneras brancas e com pessoas cisgêneras negras movimentando, assim, questões políticas e sociais das desobediências de gênero e dos processos étnico-raciais de forma ampliada. Baseamos o eixo artístico do projeto em perspectivas anticoloniais como fonte poderosa nos processos de ensino e aprendizagem estabelecendo pontes entre os campos da arte e da educação. A função deste projeto é estabelecer um centro de desenvolvimento artístico periférico através das expressões artísticas e das rodas de conversa, estabelecendo conexões entre as vivências da pretitude trans. Possibilitam-se, então, diálogos multilaterais almejando envolver a todas/os, de diferentes classes, gêneros e raças. Nesta dissertação proponho uma interação acerca das minhas vivências e como me construo enquanto homem trans negro durante o percurso de criação, possibilitando o desenvolvimento desta pesquisa a partir da ancestralidade afrodescendente e das afrobrasilidades transcestralizadas.