DANÇA AFRO CONTEMPORÂNEA DO PROJETO ENCANTARTE: A FORMALIZAÇÃO DE UM MÉTODO PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS.
Dança afro contemporânea. Projeto Encantarte. Educação. Vinenciação
Este trabalho discute uma proposta de epistemologia para o ensino e relações étnico-raciais com recorte para as experiências em dança afro contemporânea desenvolvidas pelo Projeto Encantarte no Bairro Maria Pinheiro, periferia da cidade de Itabuna – BA, vislumbrando a formalização do seu método – VIVENCIAÇÃO - como uma das possibilidades para a pratica de uma educação antirracista nos ambientes educacionais em consonância com a metodologia da pesquisa ação (ELLIOTT 1994), onde na sala de aula materializa-se o saber e o fazer do estudante (FRCUICISCHET 1999). Dessa forma, a dança afro contemporânea expressa no corpo dos atores sociais o caminho que indica as possibilidades do fazer pedagógico e a flexibilização/desolonização do currículo (GOMES 2012), onde o constante diálogo entre escola e comunidade é a base para o estabelecimento de uma educação que contempla a diversidade étnico racial. A pratica desta pesquisa aconteceu no Colégio Modelo Luiz Eduardo Magalhães de Itabuna, onde a fonte para as vivências se deu em torno das narrativas acerca do Riacho Burundanga, a construção do referido colégio cobrindo o riacho, o envenenamento por lixo hospitalar e a transformação do riacho em esgoto além das histórias de racismos, discriminações, homofobia, gordofobia e preconceitos vividos pelos estudantes que aderiram ao projeto. Neste sentido, mais do que uma construção coreográfica ou a sistematização do método desenvolvido pelo Encantarte, esta pesquisa destaca a relevância da formalização, especialmente pela transformação desses jovens em sujeitos mais conscientes e fortalecidos em suas identidades e partícipes na construção de uma educação ante racista, inclusiva, e que valoriza os saberes locais (GOMES 2012).