TERRITÓRIO, INDIANIDADE E (RE)EXISTÊNCIA NUMA PERSPECTIVA INDÍGENA-DECOLONIAL ESCOLAR: SABERES ORIGINÁRIOS NO COLÉGIO TUPINAMBÁ AMOTARA –ALDEIA ITAPUÃ (OLIVENÇA – ILHÉUS/BA)
TÍTULO EM TUPY: AUPABA, ANAMÃ, JYCAYBA BYRATÃ GWARÏNÏS: MBOÉ MBAECUABA-ETÉ MBOESSABA TUPINAMBÁ AMOTARA - TABA ITAPUÃ
Tupinambá de Olivença; Educação Escolar Indígena; Territoriedade; Indianidade; Decolonialidade Indígena; (Re)Existência
Esta dissertação busca contribuir com a luta do meu Povo (Tupinambá de Olivença - Ilhéus/Bahia) por direitos, tais como: Reconhecimento Étnico, Demarcação Territorial e construção paulofreriana de uma Educação Escolar Indígena-Decolonial, Autônoma e de Qualidade. Por isto as três partes que constituem o presente trabalho dialogam e se complementam a todo momento: Memorial Descritivo, Projeto de Intervenção e Produtos Educacionais. Inicialmente narro algumas das memórias da minha ancestralidade originária, como moradora na Terra Indígena Tupinambá de Olivença e participante da luta do meu Povo. Nesta vivência pessoal e coletiva de indianidade compreendi que a atuação junto à Educação Escolar Indígena seria fundamental para obtenção de direitos. Tornei-me então Educadora Indígena a partir da formação acadêmica como Geógrafa (UESB) e das densas perspectivas que afloraram como inspirações conceituais advindas da decolonialidade dos saberes apresentadas pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino e Relações Étnico-Raciais da Universidade Federal do Sul da Bahia. Somada as vivências com a minha Comunidade, esta formação orientou a atuação aqui narrada como Educadora: no Núcleo Escolar Taba Jairy do Colégio Estadual Indígena Tupinambá de Olivença; Escola Municipal Sergio Carneiro; na Formação Pedagógica com EJA I da Secretaria de Educação de Ilhéus; e no Colégio Estadual Indígena Tupinambá Amotara da Aldeia Itapuã. O Projeto de Intervenção e os Produtos Educacionais apresentados nesta dissertação resultaram deste percurso individual e coletivo, especialmente junto ao Colégio Tupinambá Amotara da Aldeia Itapuã. Assim, procuro aqui descrever os caminhos e descaminhos percorridos desta proposta de construção paulofreriana de uma Educação Escolar Indígena-Decolonial no Território tradicional de um Povo que possui o direito ancestral e natural à Terra Originária negado por parte do estado brasileiro e de alguns proprietários locais, resultando em inúmeros conflitos. Para isto alguns conceitos foram construídos e reconstruídos a partir das estratégias de vivenciar e permanecer na terra, tais como: territorialização, desterritorialização e reterritorialização; indianidade; construção paulofreriana de uma educação escolar indigenamente decolonial e intercultural, partindo dos saberes originários; (re)existência, resistência, retomada e salto-demarcação na luta pelo reconhecimento étnico e territorial.