CONTRA O RACISMO INSTITUCIONAL: Fortalecendo subjetividades de adolescentes negras
racismo; saúde mental; sofrimentos psíquicos; subjetividades.
Este trabalho surge de demandas de adolescentes negras que procuram o Serviço de Enfermagem no Instituto Federal de Educação da Bahia (IFBA), campus Eunápolis, apresentando sinais e sintomas sugestivos de sofrimentos psíquicos. Diante de tal situação, os questionamentos seguintes atravessam meus estudos: Quais os impactos do preconceito e da discriminação racial sobre subjetividades negras? Como o ambiente escolar pode atuar no enfrentamento de violências associados ao racismo e a preconceitos raciais, fortalecendo subjetividades de adolescentes negras? O conjunto de textos ora apresentado à banca de qualificação de Mestrado em “Ensino e Relações Étnico – Raciais” se restringe a ensaio, artigo, estado da arte e projeto de pesquisa / intervenção. O ensaio intitulado “Construção de subjetividades de adolescentes negras: a agência do racismo cotidiano”, apresenta relatos de discentes expostas a um ambiente hostilizado e reprodutor de diferenças étnico-raciais, possibilitando a compreensão de que o cuidado e a prevenção de adoecimento mental não podem acontecer sem um resgate ontológico de si. O artigo “Violências do racismo à brasileira: subjetividades de adolescentes negras”, reconhece que as relações sociais são influenciadas pelo constructo social, sendo imprescindível a compreensão de como a discriminação racial e de gênero afetam negativamente os corpos negros. Destaca os dados estatísticos, contexto histórico e pesquisas da área da educação e saúde, cujo intuito é o de discutir o modus operandi de uma resistência criativa contra o discurso hegemônico racista e misógino. No estado da arte, “A enfermagem e as relações étnico-raciais: a produção de conhecimento a partir de publicações em periódicos da SciElo e Lilacs”, evidencio o quanto a enfermagem parece ter pouca percepção das temáticas “racismo” e “psiquismo”; além do que, discuto o não reconhecimento do racismo como fio condutor de injustiças. Em “Fortalecimento de subjetividades de adolescentes negras”, projeto de pesquisa-intervenção, provoco reflexões com as adolescentes negras com vistas a ouvir de modo qualificado suas vivencias, experiencias, dores e traumas. Importa que se tornem protagonistas de suas próprias histórias, fortalecendo sua subjetividade, no intuito de prevenir danos a sua saúde mental. Será legado ao Mestrado em Ensino e Relações Étnico-raciais, o seguinte artefato técnico-científico: sequência didática de oficina/roda de conversa a ser efetivada para estudantes dos anos iniciais do IFBA/Eunápolis.