A recepção estética das mulheres no funk e hip hop: o ouvir de uma espectadora
Recepção. Espectadora. Mulher. Música. Gênero-raça.
Esse texto inscreve-se no interior das práxis sociais, tecendo o indispensável diálogo acerca da presença de mulheres negras e trans no espaço discursivo da música, especificamente o gênero hip hop e funk. É na escuta enquanto espectadora do universo musical que essa pesquisa visa estar sensível à recepção de lugares de fala das personagens, retratando a história de vida em cada letra, bem como elucidar quem são esses corpos, que por muito tempo têm sido silenciados, marginalizados pela sociedade. Assim, esse estudo conta com o trabalho das cantoras Karol Conka e Linn da quebrada, objetivando problematizar a cultura do patriarcado, que tem subjugado a condição de mulher no mundo por meio dos valores sociais incutidos pelo sistema hegemônico. A música passa a ser entendida aqui, como um artefato ideológico e pode contribuir para o processo pedagógico na formação de espectadores/as em racialidades e transgeneridades, cujos jogos de poder se materializam por me io das letras, podendo ratificar e desestabilizar preconceitos, discriminação, racismo, entre outros. Para embasamento teórico tem-se a presença dos autores/as: Preciado (2014), Moira (2016), Fischer (2017) Hooks (2019), Ribeiro (2019), Lugones (2019), Davis (2016), Leal (2018), Santos (2016), Mombaça (2016), Adorno (1986), Frederico (2008), Costa (2016), entre outros/as. O corpus desta pesquisa constitui por meio de letras musicais A abordagem é de cunho qualitativa, contando com o tipo de análise crítica, com finalidade de debruçar acerca das técnicas de hermenêutica sobre o imaginário das mulheridades na recepção musical, levando em consideração os processos de mudança de paradigma, os desafios e até mesmo reconhecer que o caminho investigativo precisa estar aberto a novas vertentes.