AUTOCONSTRUÇÃO DA EDUCAÇÃO ESCOLAR PATAXÓ HÃHÃHÃE E DE SUA FORMA DE ENSINAR: Território, Indianidade, Etno-Matemática e (Re)Existência
Pataxó Hãhãhãe, Educação Escolar Indígena, Territoriedade, (Re)existência, Escrevivência, Etnomatemática, Decolonialidade
O presente trabalho parte do princípio de que já existe uma educação escolar indígena Pataxó Hãhãhãe com formas próprias de ensinar. Assinala também que este processo foi/é uma autoconstrução que possui como bases a resistência, (re)existência e luta pelo território deste povo do qual sou parte. Nossa comunidade vivenciou/vivencia uma contínua história de formação e reformulação educacional escolar originária de maneira autônoma, comunitária, diferenciada, intercultural e decolonial, criando seus próprios acervos educacionais. A minha trajetória (individual, familiar e coletiva) aqui apresentada, bem como das pessoas indígenas que constituem aquela comunidade, confunde-se com esta cotidiana história também marcada pela violência dos que são contra os nossos direitos. Por isto considero esta dissertação um Fruto (Produto) Educacional resultante das minhas vivências indígenas coletivas como Pataxó Hãhãhãe.
A ideia aqui é valorizar os modos como meu povo vem protagonizando suas vidas e a educação escolar indígena, contribuindo com caminhos para estruturação de suportes pedagógicos e didáticos que valorizem nossa identidade, ancestralidade, cultura, luta e maneira de ensinar. Vale lembrar que o presente trabalho foi realizado durante a pandemia de covid-19. Sua escrita terá continuidade nas minhas vivências cotidianas como Pataxó Hãhãhãe junto a comunidade onde vivencio a luta por direitos, entre eles: ao de autoconstruirmos uma educação escolar indigenamente decolonial, comunitária, autônoma, intercultural e diferenciada.