"NINGUÉM NUNCA ME PERGUNTOU": SAÚDE SEXUAL DE MULHERES NEGRAS QUE FAZEM SEXO COM OUTRAS MULHERES
Saúde Sexual; Raça; Sexualidade; Práticas homoeróticas; MSM
Esta dissertação objetivou a investigação das experiências de mulheres negras que possuem práticas sexuais homoeróticas. Tendo como aporte teórico os estudos decoloniais, enfatizado por meio do “sistema de gênero moderno/colonial”, a análise central deste estudo está voltada às mulheres que são recorrentemente submetidas aos apagamentos discursivos, históricos e políticos da sociedade patriarcal, racista e heteronormativa. A autora investigou, através de minicursos e entrevistas, os tipos de cuidados e autocuidados em saúde sexual adotados por mulheres cujas práticas sexuais fogem da heteronormatividade imposta, tendo como campo de atuação o município de Teixeira de Freitas, Bahia. A argumentação conclusiva é de que os atendimentos às mulheres estão pautados nas práticas sexuais, porém, sob uma perspectiva heterossexual, o que reforça a ideia de que as práticas homoeróticas entre mulheres não são compreendidas como relações legítimas, invisibilizando a necessidade de cuidados em saúde sexual deste público. Dessa forma, os atendimentos dessas mulheres devem se voltar a lógica que para, além de não pressupor a sexualidade, se volte à promoção da saúde e prevenção dos agravos relacionados às práticas sexuais. Para tanto, foi desenvolvido um material educativo sobre os cuidados em saúde sexual de mulheres com práticas sexuais homoeróticas e, na mesma medida, orienta profissionais e usuárias deste serviço.