MANEJO TUPINAMBÁ DA PÏA’SAWA COMO PERTENCIMENTO À NATUREZA E (RE)EXISTÊNCIA IDENTITÁRIA ORIGINÁRIA: Possibilidades para o Ensino da História e Cultura Indígena de Olivença (Ilhéus/BA)
Pïa’sawa, Tupinambá, (Re)Existência, Manejo, Identidade, Memória, Ensino, Olivença
Esta dissertação procurar discutir o manejo do Povo Tupinambá de Olivença (Ilhéus/Bahia) da pïa’sawa (piaçava) como uma das expressões do pertencimento à natureza daquela comunidade ao seu lugar de origem. Vale lembrar que Olivença é uma das áreas que ainda mantém a Mata Atlântica, sendo a piaçava uma das palmeiras (em tupi: pindoba) nativa que constitui seu bioma. A forma como os Tupinambá retiram a pïa’sawa e a utilizam é uma das dimensões que remetem a ancestralidade daquele Povo que ocupava as terras brasileiras antes da colonização europeia. A própria palavra piaçava é uma derivação do termo em tupi (pïa’sawa) que significa tecer ou trançar, envolvendo manejo e manuseio.
Portanto, o presente trabalho parte do princípio que o modo como os Tupinambá se relacionam com essa palmeira é um dos traços identitários originários de resistência e (re)existência da memória e cultura ancestral indígena existente em Olivença. A ideia aqui é contribuir com a luta desse Povo no processo de demarcação territorial que ainda não foi concretizado oficialmente.
Busca-se também apresentar como o manejo Tupinambá da pïa’sawa oferece possibilidades para o ensino da história e cultura indígena do Povo de Olivença, favorecendo a aplicação da Lei 11.645/2008 que tornou obrigatório na rede oficial de ensino o estudo da presença dos Povos Originários na formação da sociedade brasileira. Da mesma forma, a intenção é apresentar os produtos educacionais resultantes desta dissertação (vídeos, transcrições, quadrinho e a dissertação na totalidade) para a comunidade Tupinambá de Olivença.