A SALA DE AULA VIROU BAILE FUNK:
BARULHANDO A ESCOLA E COMBATENDO O RACISMO
Educação Antirracista, Funk na escola, Lei. 10.639, Currículo-baile
O presente trabalho trata-se de uma experiência pedagógica com funk, realizada no Colégio Municipal Professor Governador Paulo Souto, Porto Seguro-Bahia, com alunos das turmas de 9º ano do Ensino Fundamental. Propõe a inserção do funk na sala de aula através do reflexo da Lei 10.639/2003, oportunizando um aprendizado para uma educação antirracista e descolonizadora. O funk é manifestação cultural, arte e música. É jeito de ser, viver e pensar da cultura afro-brasileira, expressão da diáspora negra. Mesmo compondo o repertório da cultura imaterial negra, sofre repulsa e interdições no contexto educativo no Brasil. É A falta de orientações curriculares para o trabalho com o funk em sala nos documentos legais da educação, bem como a ausência de trabalhos pedagógicos com funk que faz com essa manifestação popular e seus integrantes, de maioria preta e pobre, Maioria Minorizada (Santos, 2020), ocupem posição de marginalidade, isolamento e apagamento identitário. Assim, buscou-se neste trabalho, a partir da pesquisa-intervenção participativa como método, mostrar que o funk pode ser usado como tecnologia contra o racismo, jogando luz no baile funk como epistemologia para (re)pensarmos nossa educação na contemporaneidade.