Costura pra fora: memórias e escritas sobre costuras, costureiras e seus mkdos de ensino-aprendizagem da costura
costura; ofícios tradicionais; mulheres negras; ensino-aprendizagem;
memória; narrativas.
A presente pesquisa pretende refletir sobre as narrativas em torno do tradicional ofício
das costureiras e seus modos de aprender e ensinar costura. Puxando o fio da memória e
tramando com as mãos que constroem formas de cobrir e exibir os corpos com vestes,
venho reunindo conversas, histórias, narrativas contra hegemônicas que apontem para
os saberes, os ofícios e as negras maneiras de costurar roupas, histórias e vidas. Quem
tece a rede, quase sempre de mulheres, em torno da construção de uma roupa? Entre
mulheres empobrecidas, e periféricas e negras, e costureiras que sustentaram e ainda
sustentam suas famílias há gerações através do ofício têxtil das costuras, como se dava o
compartilhamento desse aprendizado? A pedagogia da costura. Que espaços foram
forjados para que essas mulheres criassem entre si pactos de sobrevivência, lugares de
vida – através dos ofícios que envolviam os cuidados com as roupas, os lençóis, os
panos de casa, os enxovais?
Tem-se inicialmente percorrido um caminho que tem revelado como corpos tem
narrativas e trajetos marcados pelo apagamento e invisibilidade na historiografia
brasileira.