Autobiografias de mulheres negras na UFSB: narrativas sobre como a educação contribui no entendimento da própria história
Mulheres negras; autobiografias; servidoras; UFSB.
A pesquisa analisa temas relacionados ao racismo e ao sexismo no serviço público e o seu impacto nas histórias de vida das mulheres negras pertencentes a estes espaços, especificamente, às servidoras docentes, técnicas e terceirizadas da Universidade Federal do Sul da Bahia. Pretendo com isso, demonstrar como o protagonismo de mulheres negras nos espaços de poder pode inspirar outras mulheres e promover por meio da legislação, como por exemplo o Decreto nº11.443/2023, que dispõe sobre o preenchimento por pessoas negras de percentual mínimo de cargos em comissão e funções de confiança no âmbito da administração pública federal, a ocupação destes espaços. A partir das indagações sobre como as mulheres, especialmente, as mulheres negras (pardas e pretas) se constituem como agentes administrativos da instituição e à forma como as configurações dos espaços de poder são distribuídos ou postos de trabalho são geridos, proponho compreender é: de que forma as mulheres negras, servidoras docentes, técnicas e terceirizadas da UFSB, contam as suas histórias? Há equidade de gênero e raça nos espaços de decisão? O fato de contarmos com uma reitora negra, torna a UFSB uma instituição onde as políticas de combate às desigualdades são respeitadas? Os critérios adotados para a seleção das interlocutoras da pesquisa consideraram como recorte gênero e raça e, a partir deste universo de identidades múltiplas, as suas relações e as diferenças experimentadas por cada uma delas em seus processos profissionais. Tomando como mote as histórias de vida das interlocutoras da pesquisa, problematizaremos os seus percursos formativos relacionando-os à maneira como entendem a função da educação nos processos de construção e fortalecimento das identidades socioculturais.