LETRAMENTO RACIAL E DE ORIENTAÇÃO SEXUAL: Construções Identitárias de pessoas negras e LBGTQIA+
Letramento Étnico-Racial. Identidade, Gênero e Sexualidades. Interseccionalidades.
Os mecanismos de violência política no Brasil legitimam práticas opressoras de grupos dominantes e produzem um racismo multidimensional, que resulta em uma sociedade desigual, desumanizadora e profundamente injusta, inclusive educando o oprimido à introjeção do sentimento de inferioridade e ao auto-ódio. Nesse aspecto, opressor entra também o enredo da heteronormatividade que por sua vez, também descende do cis-heteropatriarcado branco, a partir deste cenário, os estudos em Letramento Étnico-Racial, Gênero e Sexualidades (Collins, 2022; Foucault, 1988; Oliveira e Nascimento, 2017; Rohden, 2009) se faz importante para analisar diversas relações sócio-políticas. Este projeto de pesquisa tem como propósito analisar os contextos sociais e as vivências de pessoas pretas LGBTQIA+ na construção de suas identidades e sentimentos de pertencimento face à discriminação social, política e econômica a partir do avanço das compreensões acerca do Letramento Étnico-Racial (Ferreira, 2015; 2017; Mbembe, 2018) atrelado às Interseccionalidades (Akotirene, 2019) e das disposições de uma educação antirracista. A pesquisa, de abordagem qualitativa, analisa por meio de narrativas (Clandinin; Connely, 2015) fatores de exclusão/violência e também fatores promotores da promoção de Letramentos em suas construções e autoidentificações, bem como a constituição narrativa de suas identidades (Georgakopoulou, 2015). A partir das reflexões promovidas com base nas experiências narrativas, espera-se, como resultado, a análise e construção de uma visão que, a partir dessas narrativas, se desenvolva em debates e práticas para aplicação no âmbito educacional, social, cultural e político acerca das temáticas investigadas. Decorrente das discussões e análise, propõe-se a construção de uma cartilha como produto no qual articula-se a proposta de Letramento Racial por meio das experiências constituídas nas narrativas dos participantes da pesquisa. A cartilha deve exprimir a relação entre vivência, experiência e práticas educativas antirracistas.