Atividade repelente do óleo essencial de Piper macedoi Yunck frente Aedes aegypti
Saber tradicional; bioprospecção, citotoxicidade, genotoxidade, mutagenicidade
Resumo do trabalho: No Brasil o aumento das epidemias de arboviroses tem se perpetuado como um grave problema de saúde pública. Doenças como a dengue, a reemergência da Febre Amarela, a Chikungunya e a Zika, estão associadas a elevadas taxas de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. Como forma de agregar à prevenção dessas doenças juntamente às atuais medidas de controle do vetor, o incentivo ao uso de repelentes pela população, sobretudo a base de produtos naturais, pode ter grande valor. O gênero Piper com espécies nativas da Mata Atlântica, como Piper macedoi e Piper aduncum, demonstrou resultados promissores quanto à atividade inseticida. Desta forma, o objetivo do presente estudo é avaliar a atividade de repelência do óleo essencial de P. macedoi contra os mosquitos Aedes aegypti e realizar uma revisão sistemática sobre espécies de Piperaceae testadas como repelentes contra A. aegypti. Os óleos essenciais foram obtidos de folhas frescas utilizando o método de hidrodestilação em aparelho tipo Clevenger, no Laboratório Interdisciplinar II, UFSB -CPF. Ovos de Aedes aegypti, isentos de vírus, foram doados pelo criadouro do Instituto Federal no Norte de Minas. O teste de repelência foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (>>>). O óleo essencial será testado em 05 voluntários saudáveis, submetidos à anamnese e com ausência de doenças dermatológicas e outras comorbidades significativas. A avaliação será realizada após aplicação das formulações com as diluições do óleo essencial na mão e antebraço dos voluntários exposta aos mosquitos, criados numa gaiola sob controle para os bioensaios. Serão testadas diferentes concentrações dos óleos diluído em creme base: 0,25%; 1,25%; 2,50%; 3,75%, 5,0%; um controle positivo de repelente industrial com DEET; e como controle negativo, na outra mão/antebraço, a aplicação de creme base não ionizado. A avaliação será realizada através da contagem do número de pousos dos mosquitos por 03 minutos sem intervalo. O teste será realizado em triplicata. O trabalho de revisão sistemática mostrou que somente um total de 12 artigos com ensaios repelentes contra A. aegypti foram realizados no Brasil, Tailândia, Malásia e Índia, estimulando mais estudo. Os óleos essenciais testados foram de oito espécies de Piperaceae: Piper aduncum (L), Piper betle (L), Piper longum (L), Piper nigrum (L), Piper marginatum (Jacq), Piper capitarianum (Yunck), Piper corcovadensis (Miq.) e Piper retrofractum (Vahl). O perfil químico demonstrou uma predominância de sesquiterpenos e fenilpropanoides entre as substâncias majoritárias, entretando indica que uma sinergia entre os compostos deve ser a responável pela ação repelente.