VULNERABILIDADE SOCIAL E CAPACIDADE ADAPTATIVA NAS ÁREAS DE RISCO NO MUNICÍPIO DE EUNÁPOLIS AMEAÇADAS POR EVENTOS EXTREMOS
Calamidade Pública; Desastres naturais; Pandemia, Situação de Emergência
Resumo do trabalho: A intensificação de eventos extremos nas últimas décadas impactou aproximadamente 4.690.191.154 pessoas em todo o mundo nos últimos 24 anos. As vulnerabilidades nas comunidades contribuem para o agravamento desses desastres, pois uma calamidade climática não afeta igualmente todos os indivíduos de uma localidade. Este estudo teve como objetivo analisar e caracterizar os eventos catastróficos ocorridos no Brasil e na Bahia entre 2022 e 2023, focando em Eunápolis para identificar vulnerabilidades nas áreas de risco e propor soluções práticas para aumentar a capacidade adaptativa dessas comunidades. Utilizou-se dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) e da plataforma Atlas Digital, realizando análise de tendência temporal e um modelo de regressão de Poisson para avaliar as tendências em ambos os bancos de dados. A investigação incluiu comparações entre os períodos pré e pós-pandemia por meio do teste de Wilcoxon, destacando diferenças significativas entre os sistemas de monitoramento. As análises foram realizadas no software R (RStudio) com nível de significância de 5%. No Brasil durante o período de 2013 a 2022 foram registrados 41.191 reconhecimentos oficiais de Estado de Calamidade Pública (ECP) ou Situação de Emergência (SE), com 91% dos municípios brasileiros reportando ocorrências, incluindo o município de Eunápolis. Desastres climatológicos representaram 52,8% dos registros. Os eventos climatológicos dominaram, representando 52,8% dos registros efetuados em todo o país. Em relação aos tipos de incidentes, a estiagem destacou-se como o evento principal, representando 37,15% dos incidentes reconhecidos no país. A pandemia de COVID-19, classificada como um desastre biológico, resultou em um aumento de 241% na média histórica de reconhecimentos no S2iD, enquanto o Atlas Digital apresentou um crescimento de 54%. A diferença (p<0,05) nos aumentos entre os sistemas reflete o foco mais abrangente do S2iD na resposta a desastres. Além disso, observou-se que as áreas de risco em Eunápolis enfrentam diversas vulnerabilidades — econômicas, físicas, ambientais e sociais — e um aumento no volume diário de chuvas durante os períodos de desastre, ressaltando a urgência da adaptação das comunidades diante de futuros eventos extremos. Esses resultados refletem o impacto da COVID-19 na intensificação de desastres e na resposta governamental, destacando variações nos sistemas de monitoramento.
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