“Fatores epidemiológicos e socioambientais do escorpionismo no Extremo Sul da Bahia”
Escorpionismo; Tytius; Índice de vulnerabilidade; Epidemiologia; Gravidade do paciente; Notificação.
Introdução: O escorpionismo constituindo-se um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo nos últimos anos. São reconhecidos como escorpiões de importância médica na Bahia os pertencentes ao gênero Tityus, em especial duas espécies: T. serrulatus, e T. bahiensis, sendo primeiro, responsável pelos acidentes mais graves. Estudo epidemilógicos e índices de vulnerabilidade socioambiental tem sido utilizados com o objetivo de avaliar os contextos socioambientais urbanos e ameaças à saúde, visando melhor compreender a relação saúde-doença. Objetivo: O estudo tem como objetivo apresentar uma análise clínico-epidemiológica e relacioná-los como dos fatores associados à gravidade do escorpionismo bem como é propor e testar um Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (IVSA) a acidentes escorpiônicos. Método: Foi realizado estudo epidemiológico descritivo bem como uma análise multivariada, georreferenciamento e análise espacial, utilizando-se de dados do Censo Demográfico do IBGE-2010 dos acidentes escorpiônicos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, no período de 2010 a 2017 no Extremo Sul da Bahia. Utilizou-se para tabulação dos dados e análises os softwares TabWin32 3.6b, Microsoft Excel 2010, a calculadora Excel para tamanhos amostrais e estatísticos e software QGIS versão 2.18. Resultado: As maiores incidencias de acidentes escorpiônicos acorreram no anos de 2010 e 2014 e nos municípios de Lajedão e Medeiros Neto, se concentrou na faixa etária de 20-49 anos, com 70% os óbitos em crianças de até 9 anos, em indivíduos letrados (51,6%), de cor de pele parda (69,8%), gênero masculino (70,1%) e apenas 22,6% tiveram relação com trabalho. A região do corpo mais afetada foram as mãos (61,9%). Os acidentes foram predominantemente na zona rural (62,5%), excetuando-se a Teixeira de Freitas, a cidade mais urbanizada da região. A maioria dos casos foram leves (82,8%), com sintomas locais (92,1%) e sistêmicos (8,0%). Crianças e adolescente com menos de 15 anos tiveram três vezes mais chance de apresentar quadros graves. Os resultados deste trabalho também mostram que quanto mais vulnerável está a população, maior é a frequência de acidentes escorpiônicos. Conclusão: O IVSA possui grande versatilidade quanto ao seu uso e se constitui como uma ferramenta de fácil utilização e baixo custo para o planejamento das estratégias de políticas públicas mais eficazes, assim como no serviço de saúde da região estudada há necessidade de capacitação contínua dos profissionais objetivando um diagnóstico, tratamento e preenchimento da ficha de investigação adequados.