A Saúde das Comunidades Ribeirinhas: Análise Situacional e Acesso aos Serviços da Atenção Primária
Território; Análise Situacional; Atenção Primária à Saúde; Populações Tradicionais Ribeirinhas; Acesso aos Serviços de Saúde.
Os territórios em saúde transcendem demarcações espaciais, geográficas e ambientais que são espaços vivos permeados por condicionantes e determinantes culturais, econômicos, políticos, sociais e sanitários. A análise territorial necessita de informações que reflitam a realidade das populações, favorecendo a operacionalização de decisões e de ações sociais, além de políticas públicas estratégicas. Esses territórios dinâmicos acolhem populações tradicionais como as ribeirinhas, cuja identidade coletiva resulta de décadas de construção. Faz-se necessário entender essas populações como sujeitos de direitos, sobretudo no tocante aos serviços públicos considerados como essenciais para uma vida digna. A Atenção Primária à Saúde deve desempenhar o papel de acolhimento das demandas dessas populações, favorecendo o acesso à saúde e minimizando problemas ocasionados pela ineficiência de políticas públicas nessas regiões. O Objetivo da pesquisa é realizar uma análise situacional e entender como se dá o acesso das comunidades aos serviços da Atenção Primária em sete comunidades ribeirinhas no Vale do Rio de Ondas, localizadas na região Oeste da Bahia, no município de Barreiras. A pesquisa foi orientada pelo Inventário SócioDemográfico (ISD), instrumento de coleta que facilita o contato e a construção de relações entre o pesquisador e a comunidade. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com moradores e atores chaves de sete comunidades ribeirinhas. A ênfase da pesquisa se deu sobre: o histórico das comunidades, acessibilidade geográfica, condições de moradia, saneamento básico, lideranças comunitárias, educação, religiosidade e saúde mental das populações ribeirinhas em período de pandemia. Assim, foi possível conhecer os condicionantes locais, contribuir para o fortalecimento das identidades das populações que habitam os territórios e sensibilizar gestores e poderes públicos da necessidade de implantação de uma Unidade de Saúde na região e melhorias na 3/3 qualidade do acesso aos serviços públicos que interferem na saúde física e mental da população.