Sociedades Sustentáveis e Racionalidade Moderna Cristã: um olhar sobre o movimento ambientalista de Porto Seguro-BA
Capitalismo; crise ambiental; gestão ambiental; participação social; racionalidade moderna
Referenciais empíricos parecem tornar indiscutível a existência de uma crise ecológica planetária. Crise essa de difícil definição e que apresenta prejuízos socioambientais de escala global, como a ruptura dos limites ambientais planetários, o racismo ambiental e os desastres ecológicos. Talvez o domínio da espécie humana sobre o meio natural seja um dos responsáveis pela geração do atual cenário. Embora seja complexo apontar as causas de tal domínio, uma hipótese de investigação possível direciona-se para a racionalidade moderna, que se apoia sobre bases judaico-cristãs e iluministas. Segundo essa racionalidade a Natureza deve ser estudada, desvendada e subjugada por uma Humanidade que supostamente está acima dela. Uma compreensão que chancela o direito à exploração e manutenção do modelo econômico vigente, o Capitalismo, que prioriza o acúmulo de bens em detrimento do bemestar humano. Essa exploração é possível, dentre outras razões, através do processo de alienação, de perda da identidade e autonomia individual e coletiva. Esse processo impede o contrafluxo da população no caminho rumo à uma reflexão mais profunda sobre seu papel na gestão dos recursos ambientais. Uma interferência prejudicial ao processo de Educação Ambiental Crítica, que fundamenta suas práticas educativas na emancipação e autonomia de diversos atores sociais, com vistas à construção de sociedades sustentáveis, onde cidadania e participação coletiva são valores inegociáveis na gestão ambiental pública. Nesse sentido a Educação Ambiental Crítica deve proporcionar as condições para o desenvolvimento das capacidades necessárias para que grupos sociais, em diferentes contextos socioambientais, exerçam pressão contra a manutenção do status quo. A educação ambiental é a principal pauta dos movimentos ambientalistas desenvolvidos por diversos atores e atrizes no Brasil. Compreender as bases teóricas desses movimentos é assumir um caminho de reflexão importante para melhoria das práticas educacionais e da qualidade ambiental. É também uma oportunidade de trazer visibilidade para a luta daqueles que se mostram a favor da participação efetiva da população e discordam da dicotomia estabelecida pela racionalidade moderna. Uma participação inclusiva é fundamental para uma gestão efetiva dos recursos ambientais e, nesse sentido, a Educação Ambiental Crítica aparece como via de inclusão de diferentes atores sociais nesses espaços decisórios. Com base nessa prerrogativa, esta