Explorando o potencial biotecnológico da mata atlântica: identificação de microrganismos eficientes utilizando código de barras de DNA.
DNA metabarcoding; EM-solo; regeneração; Mata-atlântica, Tecnologia-social; agroecologia
A utilização de microrganismos no manejo fitossanitário e nutricional das culturas agrícolas tem se tornado uma prática cada vez mais comum nas lavouras brasileiras. Os Microrganismos Eficientes (EM), capturados e estabilizados de acordo com a metodologia descrita no "Caderno dos Microrganismos Eficientes (EM): Instruções práticas sobre o uso ecológico e social dos EM", são a base para a produção do bioinsumo EM-solo. Essa metodologia, que envolve a produção caseira de um preparado microbiológico, tem sido adotada por praticantes da agroecologia. A análise da segurança biológica dos bioinsumos produzidos pelos agricultores brasileiros tem levantado questionamentos relevantes por parte das agências regulatórias do setor. Neste estudo, produzimos o bioinsumo EM-solo a partir da captura de microrganismos em diferentes estágios de regeneração da Mata Atlântica (inicial, intermediário, avançado e floresta primária) na região Extremo Sul da Bahia, realizamos a extração de DNA e a amplificação dos metabarcodes procarióticos 16S (regiões V3V4) e eucarióticos (ITS de fungos), utilizando os pares de primers 341F/806R e ITS1F/ITS2R, respectivamente. Os amplicons foram sequenciados em massa na plataforma Illumina, gerando em média 30 mil leituras pareadas (2x250 pb) por amostra. Os dados de sequenciamento foram analisados por meio de uma pipeline que envolveu o uso dos softwares usearch, cutadapt, mapseq, R e Krona. Os resultados preliminares deste estudo demonstram que o EM-solo de todos os estágios de regeneração da Mata Atlântica apresentou microrganismos que podem ser classificados como promotores de crescimento das plantas. No entanto, também foram identificados microrganismos com potencial patogênico para humanos, indicando a necessidade de cautela no uso do EM-solo na agricultura.