Banca de QUALIFICAÇÃO: ALICIA ARAÚJO DA SILVA COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ALICIA ARAÚJO DA SILVA COSTA
DATA : 26/04/2019
HORA: 10:15
LOCAL: Mata Medonha - https://mconf.rnp.br/webconf/csc-1
TÍTULO:

“O Pataxó, ele já nasce artesão”: práticas do viver sossegado na economia do artesanato em espaços (etno)turísticos da T.I Coroa Vermelha


PALAVRAS-CHAVES:

Artesanato Pataxó; autonomia indígena; etnicidade; etnoturismo; bem viver.


PÁGINAS: 84
RESUMO:

Esta pesquisa de abordagem etnográfica identifica, descreve e analisa as práticas sociais e artefatuais que conformam a economia do artesanato Pataxó, buscando compreender os sentidos do viver sossegado, o bem viver do povo Pataxó. Partindo da hipótese de que a economia do artesanato se configura como uma poderosa estratégia de valorização e manutenção dos modos de viver Pataxó, desde que em contextos turísticos bem específicos, proponho a realização de um estudo comparativo em quatro importantes empreendimentos (etno)turísticos na TI Coroa Vermelha. São eles: a Aldeia Nova Coroa, o Parque Indígena, o Centro de Cultura Txag’ru Mirawê e a Reserva da Jaqueira. Mais do que mero produto turístico, o artesanato é uma forma de arte de resistência, uma vez que esses objetos auráticos são acionados pelos Pataxó para contar histórias contra-hegemônicas e construir novas memórias sobre si e sobre o território que habitam. A Coroa Vermelha é um local de referência histórica importante da chamada Costa do Descobrimento, região que desde a década de 1970 sofre as consequências do turismo predatório - com destaque para a especulação imobiliária, que ameaça os territórios tradicionais dos Pataxó, deixando-os em situação de vulnerabilidade social e econômica. Na TI Coroa Vermelha coexistem dois modelos de turismo antagônicos: o turismo de massas predatório e o turismo cultural, precisamente o turismo etno, orientado por um discurso de autonomia articulado pelos indígenas. Diante deste panorama, a questão primordial que norteia esta dissertação vem a ser de que modo(s) a economia do artesanato tem se relacionado com tais modalidades contraditórias de turismo que são, em última análise, pólos opostos de projetos políticos antagônicos. Paralelamente, buscarei analisar de que modo(s) tais modalidades turísticas se relacionam com regimes nacionais da alteridade ou de memória. Enquanto o turismo de massas é considerado um fenômeno social etnocida, o etnoturismo é visto pelos Pataxó como uma via para o etnodesenvolvimento da Coroa Vermelha. Nesse sentido, o etnoturismo se configura como uma das principais estratégias de luta na busca do viver sossegado, oferecendo solo fértil para que a cultura Pataxó se fortaleça e o artesanato passe a ser revalorizado e ressignificado como um dos repositórios de uma nova memória e tradição Pataxó. Para o povo Pataxó, viver sossegado é viver com autonomia; ou seja, é um devir refletido na luta por direitos, sobretudo pela demarcação dos territórios tradicionais, condição precípua para assegurar a continuidade dos modos de viver dos povos indígenas. Nesses contextos de re(x)sistências, retomadas e (re)elaboração cultural, a economia do artesanato assume seu papel central, na medida em que é uma atividade autônoma e um importante diacrítico da etnicidade.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 268.678.937-91 - JOÃO PACHECO DE OLIVEIRA FILHO - UFRJ
Interno - 1726142 - MAY WADDINGTON TELLES RIBEIRO
Presidente - 3025974 - PABLO ANTUNHA BARBOSA
Externo à Instituição - RODRIGO DE AZEREDO GRUNEWALD - UFCG
Notícia cadastrada em: 08/04/2019 16:40
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