Banca de DEFESA: NAIRA REINAGA DE LIMA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NAIRA REINAGA DE LIMA
DATA : 31/08/2022
HORA: 09:00
LOCAL: Sala Virtual: https://meet.google.com/jei-zapw-gxa
TÍTULO:

Conhecimentos tradicionais, autonomia e cotidiano: reflexões sobre a Teia dos Povos e suas
articulações tecidas na luta por terra e território.


PALAVRAS-CHAVES:

Teia dos Povos – Movimentos Sociais – Articulações Territorializadas


PÁGINAS: 84
RESUMO:

Este trabalho busca apresentar e discutir o processo de construção da Teia dos Povos, um espaço de articulação de movimentos sociais que surge em 2012, no sul da Bahia, tendo como mote a luta por terra, território e agroecologia. Criando conexões entre diferentes atores sociais, a Teia é atualmente composta por “pescadoras, marisqueiras, ribeirinhos, povo de fundo e fecho de pasto, povos de terreiros, pequenos agricultores, sem-terra, sem-teto, indígenas de muitas nações, quilombolas, povo negro, extrativistas e os muitos elos que apoiam e constroem a eia a partir da solidariedade” (TEIA DOS POVOS, 2019). As relações tecidas nessa rede afirmam a busca da unidade na diversidade como um de seus princípios, ao lado da construção da autonomia que acompanha a luta por território, direcionando os projetos e ações que vêm sendo traçados para as comunidades que participam de sua composição. Esta pesquisa se propõe a analisar essas dinâmicas, discutindo os processos de participação política e construção democrática na perspectiva das redes de movimentos sociais, a partir dos sentidos atribuídos pela Teia dos Povos às relações entre território e autonomia. Além da análise documental do acervo da Teia, a investigação tem como ponto de partida a experiência de construção de um calendário agrícola, possibilitando a aproximação com uma das comunidades da Teia dos Povos, o que permitiu observar na prática como as ações territorializadas desenvolvem-se e conectam-se com os projetos mais gerais dessa rede.

Direcionando o caminho metodológico percorrido na investigação e seguindo os princípios da pesquisa participante, o calendário agrícola carrega a proposta de escutar, sistematizar e materializar os saberes de agricultores que guiam suas atividades de cultivo por métodos tradicionais, integrando-se aos projetos da Teia de valorização e disseminação dos conhecimentos tradicionais dos povos e comunidades que participam de sua rede. Nesse processo, examino como o calendário agrícola porta sentidos específicos de autonomia, ligados à dimensão do cotidiano dos movimentos sociais, em aspectos vinculados às práticas e conhecimentos localizados no dia a dia do trabalho com a terra e da luta pela manutenção no território. Ao enfocar os sentidos da relação entre território e autonomia e os contornos específicos que adquire na Teia dos Povos, é possível ainda observar como essa rede apresenta-se em sintonia com outras articulações de lutas territorializadas latino-americanas, partindo de experiências que afirmam a construção de outros mundos possíveis, com suas práticas e horizontes
emancipatórios. De modo a compreender como a Teia dialoga com esse cenário, apresento como o debate sobre território e autonomia é reativado nas últimas décadas, a partir de movimentos socioambientais e agroecológicos protagonizados por comunidades indígenas, negras e de camponeses, dentro de uma concepção de renovação das lutas territoriais na América Latina. Como referencial teórico, recorro às abordagens analíticas que enfocam os aspectos relacionais e multidimensionais dos movimentos sociais.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1738832 - VALERIA GIANNELLA
Interno - 1343877 - ALAMO PIMENTEL GONCALVES DA SILVA
Externo ao Programa - 1212987 - PAULO DIMAS ROCHA DE MENEZES
Externa à Instituição - OLIVIA CRISTINA PERES - UFPI
Externa à Instituição - LIA PINHEIRO BARBOSA - UECE
Externo à Instituição - CÁSSIO CUNHA SOARES - UFFS
Notícia cadastrada em: 21/07/2022 15:54
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação -   | Copyright © 2006-2024 - UFRN - 8eb8207a08b3.sigaa1-prod