Banca de QUALIFICAÇÃO: ISABELA SALGADO FERNANDES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISABELA SALGADO FERNANDES
DATA : 12/12/2022
HORA: 16:00
LOCAL: Porto Seguro
TÍTULO:

 

Estigmas no caminho: itinerários para o acesso de pessoas negras ao cuidado em saúde mental


PALAVRAS-CHAVES:

Racismo, racismo em saúde, determinantes sociais em saúde, estigma, itinerários terapêuticos, saúde mental.


PÁGINAS: 112
RESUMO:

A análise de histórias de vidas foi o caminho desenvolvido para o delineamento de itinerários terapêuticos de pessoas negras, usuárias de Centros de Atenção Psicossocial do município de Eunápolis-Extremo Sul da Bahia. Através das narrativas foi possível evidenciar a existência de determinações sociais oriundas de duros contextos de vida que promovem uma vivência em condições de múltiplos sofrimentos, pela fragilidade na composição de laços relacionais, precárias condições materiais e o constante cerceamento de direitos, além disso, se observou a emergência de barreiras de acesso, de origem geográfica, econômica e da própria estrutura do sistema de saúde. Os itinerários terapêuticos se desenvolvem a partir da compreensão do sofrimento mental, que ocorre em geral, após o surgimento de situações extremas de danos à saúde ou dificuldades de convívio social. A partir de então, os cuidados familiares e aconselhamentos surgem como primeiro apoio, seguidos pelo acolhimento diretamente no CAPS, fatores como intensidade de cuidados, ocorrência de recaídas e crises e o processo de trabalho do CAPS ordenam a circulação das pessoas nesse serviço. Os itinerários ainda são marcados pelo hospital como local de contenção da crise, com destaque para a pujança das comunidades terapêuticas na admissão de usuários em sofrimento pelo uso de álcool e drogas. Esse estudo evidenciou a fragilidade na composição da Rede de Atenção Psicossocial nesse município, marcado pela pouca comunicação entre os serviços e restrição de acesso aos portadores de sofrimento psíquico, quase sempre restrito ao CAPS, SAMU e hospitais. Para os usuários a compreensão sobre racismo apenas se torna evidente quando há uma fala pessoal e direta relacionada à cor da pele, sendo que para a maioria dos entrevistados, não houve uma percepção de relação entre a vivência de racismo e a ocorrência de sofrimento mental. A análise de documentos demonstrou que os profissionais de saúde não mencionaram o tema do racismo nas anotações de prontuário, o que evidencia um distanciamento da discussão sobre racismo na prática da clínica psicossocial, mesmo sendo os CAPS, um equipamento de maioria absoluta de usuários negros.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1625472 - MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA LOPES
Interno - 1220616 - RAFAEL ANDRES PATINO OROZCO
Interna - 1348376 - ANA CARNEIRO CERQUEIRA
Externa à Instituição - FERNANDA LOPES - USP
Externo à Instituição - FERNANDO ZANETTI
Notícia cadastrada em: 29/11/2022 14:34
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação -   | Copyright © 2006-2024 - UFRN - 6b062eeef8db.sigaa2-prod