Banca de DEFESA: LIKEM EDSON SILVA DE JESUS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LIKEM EDSON SILVA DE JESUS
DATA : 23/01/2019
HORA: 10:00
LOCAL: Sala Barra Velha - LINK: https://mconf.rnp.br/webconf/csc-2
TÍTULO:

OS CAMINHOS DESIGUAIS PARA O RECONHECIMENTO: Uma análise da relação Estado x periferia a partir do Complexo Integrado de Educação de Itabuna


PALAVRAS-CHAVES:

   Periferia. Desigualdade. Reconhecimento social. Educação.


PÁGINAS: 149
RESUMO:

Esta dissertação parte do pressuposto de que a realidade periférica tem um sentido político, econômico e social, produto do distanciamento, da exclusão e da segregação. A periferia urbana é o lugar a partir do qual aqui se interroga a questão social. Ela expressa de forma contundente as desigualdades e o processo de precarização social resultante de escolhas políticas que alimentam um injusto esquema de distribuição de poder. A educação é neste trabalho considerada como um campo específico de atuação do poder público junto a este grupo. Nesse contexto, o convênio entre a Secretaria de Educação do Estado da Bahia e da Universidade Federal do Sul da Bahia é aqui tomado como um objeto específico de nossa análise, por meio de pesquisa de campo realizada junto a estudantes de ensino médio em uma das escolas por ele geridas, o Complexo Integrado de Educação de Itabuna (CIEI). A proposta pedagógica assumida pelo CIEI de formação cidadã, pautada na democracia e na defesa dos 

1.      direitos humanos, indissociabilidade entre educação e prática social, problematização e enfrentamento de desafios do mundo contemporâneo, produção coletiva do conhecimento, fortalecimento da participação popular no cotidiano e valorização da concepção multicultural da vida em sociedade é aqui confrontada com os padrões de reconhecimento social teorizados por Axel Honneth. A tentativa de costurar analiticamente estas esferas traduz-se no esforço de entender as tensões constitutivas das relações entre a naturalização da desigualdade no Estado brasileiro, a vida cotidiana nas periferias e a experiência dos estudantes no CIEI, que interagem nesse espaço com uma multiplicidade de sujeitos e com uma atuação pública voltada para sua socialização e desenvolvimento de competências diversas. Optou-se por uma pesquisa qualitativa, apoiando-se no método indutivo e em um estudo de ordem exploratória, coletando-se dados empíricos através da aplicação de questionário, rodas de conversa e realização de atividades em grupo. Observou-se: 1. que a ausência de prestação adequada dos serviços públicos constitui um marcador de diferença muito contundente, formando a ideia que se faz da periferia e tendo sido apontada pelos estudantes como principal elemento que favorece a associação destes bairros com a pobreza e a criminalidade, indicados como principais estereótipos que recaem sobre estes sujeitos; 2. que as limitações impostas à periferia constitui uma ameaça às liberdades individuais do indivíduo, isto é, uma experiência de negação do reconhecimento jurídico, e consequentemente, da autopercepção de igualdade; 3. que a individualidade do sujeito é maculada, na medida em que ele é impossibilitado de estimar-se simetricamente, isto é, de se considerar reciprocamente útil à luz de valores que reconheçam as suas capacidades como relevantes para a práxis comum; 4. que, para promover o reconhecimento e romper determinismos sociais, a experiência periférica dos estudantes deve ser problematizada no meio escolar, apostando-se que a “leitura de mundo” e reflexão crítica da realidade pode desfazer os estigmas e a marginalização.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CORINA BORRI-ANADON - UQTR
Presidente - 1436900 - GUSTAVO BRUNO BICALHO GONCALVES
Externo ao Programa - 1152272 - REGINA SOARES DE OLIVEIRA
Notícia cadastrada em: 16/01/2019 09:29
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