Banca de QUALIFICAÇÃO: MARILIA DE ANGELI

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARILIA DE ANGELI
DATA : 16/07/2020
HORA: 09:30
LOCAL: CSC
TÍTULO:

Lésbicas, bissexuais  (e) negras: (des)construção e (auto)reconhecimento na trajetória escolar 


PALAVRAS-CHAVES:

 Estudantes Lésbicas Negras; Bissexuais; Gênero e Sexualidade; Eunápolis/BA. 


PÁGINAS: 98
RESUMO:

Pensando sobre a condição de vulnerabilidade de muitas mulheres negras, bissexuais e lésbicas, invisibilizadas socialmente, busco, nesse trabalho, a partir da análise das vivências de quatro estudantes, examinar os percursos de mulheres que decidiram romper com os padrões heteronormativos de uma sociedade machista, racista, bifóbica e lesbofóbica, e como se (re)constroem e se (auto)reconhecem dentro de suas trajetórias no espaço escolar. A partir dessa problemática, propomos discutir sobre o que é ser mulher na sociedade brasileira: uma sociedade historicamente marcada pelo patriarcado, heteronormatividade e pelo racismo. A trajetória estudantil das mulheres entrevistadas está atrelada ao contexto de duas escolas periféricas da cidade de Eunápolis/Bahia, a saber, Colégio Estadual Baden Powell (bairro Moisés Reis) e a escola Municipal Arnaldo Moura Guerrieri (bairro Dinah Borges). Destacamos que não há uma homogeneidade do “ser mulher”. Nós mulheres possuímos características diversas, seja por nossa orientação sexual, cor ou classe. Parto do entendimento de que falar de mulheres negras lésbicas e bissexuais é falar de uma tripla opressão: ser mulher numa sociedade machista, ser mulher negra numa sociedade machista e ser bissexual/lésbica numa sociedade machista, racista e bifóbica/lesbofóbica. Reconhecendo as barreiras sociais que nós mulheres enfrentamos cotidianamente, entendemos a necessidade de não deixar falecer questões como estas no debate acadêmico. Para tanto, problematizamos as falas discriminatórias que são proferidas às estudantes bissexuais/lésbicas negras, advindas de uma sociedade pautada na heteronormatividade que despreza e exclui comportamentos destoantes desse padrão. Para subsidiar a discussão que propomos nesta pesquisa, lançamos mão de alguns teóricos que trabalham com conceitos que auxiliam a análise do campo da sexualidade, da educação e da sexualidade através da educação. Utilizamos autores/as como Michel Foucault (1988) para pensar a sexualidade como um dispositivo de controle dos desejos dos indivíduos; Kimberlé Crenshaw (2002) para o entendimento da interseccionalidade, Kabengele Munanga (2003) para discorrer sobre o racismo do ponto de vista teórico, Judith Butler (2003) com o conceito de performatividade, Guacira Lopes Louro (2014) com a abordagem de gênero e sexualidade na educação, entre outros/as. A partir do resultado dessa pesquisa, propomos a realização de um Curso de Formação direcionado para todos/as os/as Coordenadores/as Pedagógicos/as do Ensino Fundamental II das escolas municipais da cidade de Eunápolis, no intuito de debater questões referentes ao estudo de gênero e sexualidade, a fim de provocar uma problematização nos currículos escolares e nas práticas pedagógicas dos/as docentes do município. A partir desse curso, como produto final, realizaremos a confecção de um documentário que contemple os estudos e análises alcançadas nesse trabalho, a fim de possibilitar que escolas de educação básica e superior possam utilizá-lo como uma ferramenta para a promoção de debates sobre gênero e sexualidade na educação.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1148004 - FRANCISCO ANTONIO NUNES NETO
Presidente - 1625472 - MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA LOPES
Externo à Instituição - SILVANE APARECIDA DA SILVA - PUC - SP
Notícia cadastrada em: 21/06/2020 07:55
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