PRÁTICAS EDUCATIVAS SOCIOAMBIENTAIS SUSTENTÁVEIS DOS INDÍGENAS GAMELA NA CHAMADA “ÚLTIMA FRONTEIRA AGRICOLA” BRASILEIRA
Educação. Descolonialidade. Extensão Popular. Questões Socioambientais. Indígenas Gamelas.
Os povos indígenas do Brasil enfrentam grandes conflitos em defesa de seus territórios, e, especificamente no bioma cerrado em Laranjeiras, Currais - PI as questões ambientais estão no centro do antagonismo entre os indígenas Gamela e os migrantes do Sul do Brasil. Esse contexto compõe a questão inicial da pesquisa: como as práticas educativas socioambientais descolonizantes dos povos indígenas Gamelas no âmbito dos seus fazeres ancestrais e na extensão universitária popular incidem na luta pela conquista do território e na afirmação da identidade étnica? A partir desse tensionamento, temos como objetivo geral analisar quais práticas educativas socioambientais descoloniais dos povos Indígena Gamela no âmbito dos seus fazeres e da extensão universitária popular como paradigma educacional contra hegemônico na “última fronteira agrícola” incide na luta pelo direito ao território e à identidade étnica no território indígena de Laranjeiras (PI). objetivos especificos: a) Situar os fundamentos teóricos e epistemológicos socioambientais do pensamento latino americano, correlacionando-os com as práticas educacionais protagonizadas pelos povos indígenas Gamela em contexto de emergência étnica; b) contextualizar os aspectos social, ambiental, agrário, étnico e cultural do povo indígena Gamela, destacando sua auto-organização, o avanço do agronegócio e suas formas de resistência no território indígena de laranjeiras; e c) identificar quais são as práticas educativas socioambientais descoloniais dos povos indígenas Gamela, baseadas nos princípios da educação popular que contribuem para construção do direito ao território e à identidade étnica na comunidade Laranjeiras; A abordagem metodológica escolhida é de natureza qualitativa, do tipo pesquisa-ação-participante, a qual adotou os seguintes procedimentos de coleta de dados: investigação documental, observação participante, entrevista semiestruturada e grupo focal, tendo como método de análise o dialético. Os resultados evidenciados foram: os processos educativos representam uma manifestação tangível, coletiva e de parcerias da luta pela demarcação do território e pela retomada étnica, apontam um fazer comunal e resiliente do compromisso dos Gamelas em preservar suas identidades culturais e por fim, enfatiza que o envolvimento ativo dos indígenas em geral, especialmente nos últimos dez anos, desempenhou um papel crucial na implementação de novas abordagens de políticas públicas voltadas para a demarcação de territórios e o reconhecimento étnico. Concluindo, afirmamos que esse estudo revelou as práticas educativas sustentáveis dos Gamela como mais que técnicas; são pilares de resistência e afirmação de sua identidade étnica.